Em 2027, o Brasil será a sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino pela primeira vez na história. Nesta quinta-feira (3), o treinador do Cruzeiro e ex-Seleção Brasileira Sub-20, Jonas Urias, falou sobre as expectativas para o torneio e alertou à CBF. O treinador das Cabulosas mantém um pensamento positivo sobre o evento esportivo, mas fez ressalvas sobre a organização. “Em 2027 tudo vai acontecer. A gente vai chegar lá e vai ser um evento fabuloso. Vamos herdar coisas fantásticas para a modalidade, para a cultura, a forma como as pessoas vão olhar para a modalidade. Eu tenho certeza disso. Mas o caminho até lá, pra mim, é obscuro”, declarou Jonas. A perspectiva crítica do treinador da Raposa decorre das atitudes da CBF na organização do Campeonato Brasileiro Feminino de 2025. A entidade demorou consideravelmente para divulgar o calendário da temporada, o que gerou críticas por parte dos clubes. “No mesmo período em que você anuncia a Copa, não anuncia calendário (para o Brasileirão feminino). Eu convivia com uma pessoa que dizia: ‘É preciso planejar para ter sucesso’. Essa pessoa não era brasileira. Eu olhava e pensava ‘é verdade’, mas ao mesmo tempo, na nossa cultura muitas vezes damos mais valor para nossa criatividade, improviso. Quando se pensa em gestão de futebol brasileiro, gestão de grandes clubes, é fundamental o planejamento” declarou o técnico. “A quantidade de problemas que vão aparecer diariamente, e que são muito capazes de parecerem urgentes, e que a decisão para solucionar eles pode te afastar do que você quer futuramente, é muito grande. A Bárbara sempre fala sobre isso. Nós precisamos ter uma direção”, enfatizou Jonas Urias. Por fim, o treinador voltou a destacar que suas expectativas para o evento são as melhores, mas afirmou que a modalidade precisará de uma gestão mais organizada. “A Copa do Mundo vai ser fantástica, não tenho dúvida disso. Mas eu acho que o caminho até lá nós podemos nos deparar com obstáculos criados por nós mesmos por falta de plano. Eu torço muito para que o aprendizado em relação às consequências negativas da falta de planejamento desse ano seja redirecionado para os próximos”, concluiu.