Gonzalo José Latorre Bovio. Esse é o nome de uma promessa uruguaia na década passada, quando surgiu no Peñarol e passou por seleções de base. Mas não foram as boas atuações que o fizeram notícia no Brasil. Latorre chegou ao Cruzeiro como contrapeso de Arrascaeta, mas, ao contrário do compatriota, não teve sucesso no futebol e agora se aventura em ligas semiamadoras na Itália.
Arrascaeta foi contratado pelo Cruzeiro em 2015, após se destacar na Libertadores vestindo a camisa do Defensor. O jogador estava apalavrado com o Internacional, quando surgiu a Raposa como opção, tendo o uruguaio como cartada principal no mercado, após vender Éverton Ribeiro, Lucas Silva e Ricardo Goulart, expoentes na conquista do bicampeonato brasileiro.
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Uma das jogadas do Cruzeiro para superar o Inter nas negociações foi exatamente a contratação de Gonzalo Latorre. O então atacante do Atenas era agenciado por Daniel Fonseca, também responsável pela carreira de Arrascaeta. O jovem chegou à Toca em julho de 2015, em compromisso inicial de R$ 12 milhões firmado entre os clubes. A contratação, inclusive, gerou problemas para o Cruzeiro na FIFA, já que o clube não pagou ao Atenas, que acionou a entidade máxima do futebol para receber a quantia. Em 2019, quando Latorre vivia os últimos meses de contrato na Toca, a diretoria informou que havia pago R$ 18,5 milhões aos uruguaios, após correr o risco de perder pontos no Brasileirão. O valor total foi 50% maior do que o acordado inicialmente. Ainda enquanto estava vinculado ao Cruzeiro e quando estourou a idade para atuar na base, Latorre foi emprestado ao Sanbenedettese, mas fez somente um jogo pelo time da Série C italiana. Chegou a ser anunciado pelo Progreso, do Uruguai, mas a negociação não foi concretizada, e ele encerrou o vínculo com o Cruzeiro, em 2019, treinando à parte.
Logo que deixou a Toca, foi para o Cerro Largo, mas foram apenas sete jogos, entre Sul-Americana e primeira divisão do Uruguai. Sem sucesso, ainda passou pela Desportiva Ferroviária-ES e pelo futebol da Albânia, antes de voltar à Itália. Gonzalo Latorre, que também tem nacionalidade italiana, começou a jogar em torneios regionais daquele país (chamados de Eccellenza) na temporada 2023/2024. Essas competições são responsáveis por dar acesso à Série D nacional, assim como acontece no Brasil, mas com um peso muito maior, já que conta com participação de muitos clubes e duram uma temporada inteira. O início do uruguaio foi na região de Puglia, defendendo o Atlético Racale. E teve sucesso. Marcou 16 gols em 20 jogos e terminou a disputa do Grupo B como artilheiro, virando manchete na imprensa especializada da região: "Latorre, rei dos bombardeios, em um pódio totalmente estrangeiro" . O desempenho fez com que o ex-jogador do Cruzeiro chamasse atenção do FC Pompei, que atualmente disputa a Série D italiana. Latorre, no entanto, não conseguiu espaço na equipe que está mais perto de disputar o playoff de rebaixamento do que o mata-mata de acesso. Assim, a passagem pelo clube foi rápida, e em outubro o atacante já estava novamente na liga regional de Puglia, mas para defender o Bisceglie 1913. Segundo o site TuttoCampo, especializado na cobertura local, Latorre participou de somente 13 dos 36 jogos da equipe, marcando um gol. O contrato vai até maio. Em 2020, após deixar o Cruzeiro, Latorre também acionou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho, cobrando mais de R$ 300 mil, entre atrasos no FGTS e pedidos de danos morais. No mesmo ano, chegou a um acordo para receber R$ 157 mil. Após o clube ter aprovada Recuperação Judicial, em 2022, o atacante ainda constava na lista de credores para receber R$ 15,7 mil. Nascido em 1996, Latorre completa 29 anos no fim de abril, com uma carreira que não passou da promessa, após o uruguaio defender o país no Sul-Americano e no Mundial sub-17 de 2013.
Diferentemente do atacante, Arrascaeta, que chegou ao Brasil pelo mesmo caminho do compatriota, é um dos principais estrangeiros no país nos últimos dez anos. Pelo Cruzeiro, Arrascaeta fez 188 jogos e foi, até 2021, o estrangeiros com mais jogos e gols pelo clube. Conquistou duas edições da Copa do Brasil e foi negociado com o Flamengo em 2019, por R$ 63 milhões. Pelo Rubro-Negro, conquistou duas Libertadores, dois Brasileiros, duas Copas do Brasil e uma Recopa Sul-Americana.
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