Mano Menezes breca euforia e pensa por etapas no Brasileiro (Foto: Cristiano Borges/Light Press)

Que a chegada de Mano Menezes fez bem ao Cruzeiro, isso já não é mais novidade. O time ganhou padrão de jogo, venceu partidas e se afastou bastante da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A distância para o 17º colocado, o Coritiba, é de 11 pontos, restando seis rodadas e 18 pontos para serem disputados. Além disso, a torcida cruzeirense já faz as contas para saber das possibilidades de a Raposa conseguir uma vaga no G-4 e disputar novamente a Libertadores no ano que vem. Antes do jogo no Serra Dourada, a distância era de oito pontos. Após a vitória de 1 a 0 sobre o Goiás, ela caiu para seis.

Mesmo com este cenário, de brigar para ficar entre os quatro primeiros colocados, Mano Menezes prefere, pelo menos no discurso, focar no objetivo inicial da sua contratação: afastar completamente o Cruzeiro do perigo de rebaixamento.

- Sabemos que, pelas probabilidades do campeonato, com mais uma vitória e 47 pontos, estamos livres da questão que era mais urgente (rebaixamento). Vamos fazer isso primeiro. Hoje a gente olha e não imagina que o Cruzeiro não faça. Mas o respeito que temos pelo futebol nos ensinou que probabilidades às vezes são contrárias ao que a gente espera. Quando eu cheguei, o Cruzeiro tinha quarenta e poucos por cento de chances de cair. Revertemos isso, mas dentro de campo. Não adianta ficar falando muito. Temos que fazer, e depois, dependendo da nossa capacidade, fazendo uma pontuação alta, nos aproximar do pessoal lá de cima. Essa é a nossa obrigação e nosso objetivo a partir da nossa próxima vitória.

Confira outros pontos destacados por Mano Menezes em sua entrevista coletiva:

Vitória sim, mas apertada

Como a gente esperava. O jogo valia muito, para os dois times. Sabíamos que o jogo teria uma outra característica, contra um time que jogava suas últimas cartadas. E somado a isso, não fizemos um jogo brilhante, a gente sabe disso. E nem sempre é possível. Disse aos jogadores que temos que ter uma boa dose de humildade para reconhecer isso. Mas conseguimos os três pontos, que são o mais importante, que nos coloca hoje com 44 pontos, 11 do pessoal lá de trás, e vislumbrando algo longe do pessoal lá de cima. Temos a condição de terminar o ano com a produção muito melhor, e isso vai beneficiar a todos, ao Cruzeiro e ao seu torcedor.

Vacilos na saída do meio para o ataque

Talvez hoje a gente não tenha jogado tão bem, mas faz parte. O adversário teve qualidade do meio para frente, com jogadores rápidos, e eu já esperava isso. Mas erramos na parte mais fácil, quando tivemos a bola nos pés. Erramos muitos passes, na retomada da bola, na transição do meio-campo para o ataque. E quando você erra ali, você dá ao adversário o que ele quer. Mas fomos bem, principalmente na última linha. Os jogadores estão entrando, e antes eles eram mais questionados, e agora estão entrando bem. O Fábio foi muito exigido e foi bem. O importante é todos estarem preparados para dar a sua parcela (de contribuição).

Boa atuação da defesa e do goleiro Fábio

Demos muitos contra-ataques no primeiro tempo. No segundo tempo não, fizemos o gol e, como diz na gíria do futebol, o Goiás largou. Nossa equipe suportou a pressão, temos que elogiar, nossos zagueiros foram bem

Mano bastante participativo à beira do campo

Existem jogos em que você precisa participar mais. E hoje era um deles. Acho que nosso índice de erros hoje foi maior, desde que assumi a equipe. Quando o erro está alto, o técnico precisa participar mais, ajustar mais, porque está vendo que as coisas não estão funcionando tão bem. Quando a equipe está bem, você deixa a equipe jogar, participa menos. Não tem essa de querer ser mais importante que a equipe, mas sim dar sua contribuição quando ela for necessária. E hoje foi necessário.