Com cada vez mais prédios e condomínios nas grandes cidades, as escolinhas de futebol passaram nos últimos anos a serem o principal "fornecedor" de jogadores para as categorias de base dos clubes brasileiros. No entanto, no Cruzeiro, essa realidade tem algumas mudanças que já começam a dar resultados nas competições. Isso porque os jogadores da equipe sub-14 da Raposa têm, pelo menos, uma vez por semana a chance de deixarem os rígidos esquemas táticos de lado para brincarem de bola na rua. Segundo o diretor da divisão de base celeste, Klauss Camara, esse é um resgate da essência do futebol pentacampeão.
- Os grandes craques do futebol do Brasil, em toda sua história, são oriundos de duas grandes escolas: a da rua e no futsal - comentou Klauss, que utiliza essa prática há nove meses.
No "treino" na rua, os jogadores do sub-14 do Cruzeiro definem os times no "par ou ímpar" (Foto: Reprodução)
E se engana quem acredita que os meninos preferem os campos perfeitos e toda a modernidade do excelente centro de treinamento do Cruzeiro. Ainda que com alguns efeitos colaterais, como um pé cortado ou uma bolha causada pelo asfalto quente, os jogadores sabem que, na rua, o raciocínio fica mais rápido e o drible em espaço curto é aprimorado.
- A nossa grande preocupação é fornecer para eles o improviso, a criatividade, o lúdico, o prazer pela atividade - disse o treinador da equipe sub-14 do Cruzeiro, Lucas Batista.
E a transição da volta para os gramados parece estar surtindo efeito. Em 2015, o time sub-14 do Cruzeiro permanece invicto. Até o momento foram disputados 30 partidas, com 27 vitórias e apenas três empates em toda a temporada. Em tempos onde o futebol brasileiro precisa recuperar o prestígio internacional, conquistado com o futebol-arte das ruas e as vitórias em cinco Copas do Mundo, a futura geração de jogadores já vai saber muito bem onde encontrar inspiração.