Matematicamente, estamos com mais chances de conseguir uma vaga na Libertadores do que eles de ser campeões

Os resultados do último domingo no Campeonato Brasileiro foram um sonho que há muito tempo estávamos esperando. Eu seria hipócrita se dissesse que estamos felizes somente com os nossos bons resultados. De acordo com as estatísticas, eles têm 1,4% de chances de sair da fila em que estão há mais de 40 anos. Se levarmos em conta somente os números desde que o Mano chegou, estaríamos no G4. Matematicamente, estamos com mais chances de conseguir uma vaga na Libertadores do que eles de ser campeões.

É ai que começa a briga boa. Ver o time motivado, o Willian Bigode jogando como nos velhos tempos, o Ariel acertando todos os passes e o estádio cheio é para deixar os olhos de qualquer torcedor brilhando. Deveríamos voltar com a moda do bigode nos jogos do Mineirão. Nosso artilheiro está merecendo. Ele brilhou dentro e fora de campo com a história do garoto Matheus.

Não gosto de falar dos erros, mas normalmente aprendemos mais com eles do que com as conquistas. Pra mim, a contratação do Luxemburgo foi o fator-chave para o nosso quase desastre. Se estávamos com problemas de montagem do time, principalmente devido ao excesso de vendas de jogadores, bastou que o técnico chegasse para parar uma nuvem negra sobre a equipe, que só saiu quando ele foi embora. O profeXor funcionava muito bem quando tinha o brilho nos olhos e a vontade de vencer. Nessa última passagem, isso durou três jogos, incluindo a vitória no clássico, dentro do ginásio do Horto. Sua gestão nos deixou à beira do precipício por muitas rodadas. Mas somos incaíveis. Além do mais, ficaria muito feio se eu precisasse dar uma volta de cuecas na Praça da Liberdade, caso fôssemos rebaixados.

Acho que os nossos rivais regionais pagaram um preço alto pelo título da Libertadores. Até parece que fizeram um pacto com o diabo, no qual deram a alma em troca da conquista. O karma por essa atitude é nunca mais conquistar o Campeonato Brasileiro.

Mas o nosso momento é outro, não estamos com problemas, e sim com as soluções. A nossa torcida anda tão apaixonada, que meu amigo Egídio trocou o xampu para que seus cabelos brancos ficassem azulados. Colocar 40 mil torcedores num domingo cedo no Mineirão só mostra que podemos usar o jargão “Eu acredito!”. Se, quando eles ganharam a Libertadores, acabamos com a festa conquistando o bicampeonato brasileiro, agora só falta conseguir a vaga no G4. Este é o único pedido que farei ao Papai Noel.

Por falar na turma do Bairro de Lourdes, estou adorando o Kalil falar que a CBF é a casa do 7 a 1. Será que poderíamos usar esta mesma definição para a FMF, como a casa do 6 a 1? Nesta semana escaldante, em que parece termos um sol pra cada um, eu diria que os nossos eternos rivais devem estar fritando os miolos. Nem São Judas Tadeu, santo das causas impossíveis, pode ajudá-los agora.

Gastei muitas linhas com o sofrimento alheio, mas estávamos precisando desse banho de descarrego. Agora, é conquistar duas vitórias fora de casa, contra Goiás e Avaí, para que o meu presente de Natal comece a se tornar realidade.