De acordo com pessoas presentes ao local, Murta, de 27 anos, policial militar, se sentiu acuado com a reclamação dos times. Alguns atletas ameaçaram atacá-lo
Integrante do quadro da FMF, Gabriel Murta apontou o revólver para baixo, durante confusão em jogo do Campeonato Amador de Brumadinho
Uma briga generalizada em partida do Campeonato Amador de Brumadinho culminou em atitude drástica do árbitro Gabriel Murta, do quadro de arbitragem da Federação Mineira de Futebol, no domingo. Depois de expulsar o lateral-direito Peão, do Amigos da Bola, por ter dado um coice em um jogador do Brumadinho, o juiz foi ao vestiário, voltou armado ao gramado e precisou ser acalmado por assistentes e comissões técnicas das equipes.
De acordo com pessoas presentes ao local, Murta, de 27 anos, policial militar, se sentiu acuado com a reclamação dos times. Alguns atletas ameaçaram atacá-lo. “O jogo estava nervoso. No intervalo, eu já tinha conversado com ele para não ficar entrando na onda da torcida, para não dar ouvidos. Ele estava fora de si e me respondeu: ‘Quem manda aqui sou eu’”, afirmou um integrante de uma das equipes, que não quis se identificar. “Quando ele voltou armado, a gente segurou o juiz, falando para ele não estragar a carreira dele. Felizmente, ele se acalmou, começou a chorar e foi para dentro do vestiário.”
Procurada pela reportagem, a 215ª companhia da PM de Brumadinho informou ter sido lavrado boletim de ocorrência, mas não poderia passar mais detalhes por estar sem acesso à internet.
NORMALIDADE Murta faz parte do primeiro quadro da FMF, a categoria ouro, e apitou jogos da Primeira Divisão no primeiro semestre. Ontem, ele se reuniu com a Comissão de Arbitragem, que optou por mantê-lo. “Apesar de não ser uma situação corriqueira (estar armado), foi uma situação lícita, um comportamento proporcional à agressão que estava sofrendo. Neste momento, estou seguro, salvo apareça fato novo, que ele agiu dentro da normalidade”, explicou o presidente do órgão, Giuliano Bozzano. “Como policial militar, ele tem a prerrogativa do porte de arma. Vi o vídeo. Em nenhum momento ele apontou nem atirou para cima. Manteve a arma em punho para baixo, inibindo o ataque dos jogadores. Ele estava sendo agredido e sua conduta foi proporcional.”
Bozzano, ex-árbitro catarinense, que assumiu o comando da arbitragem mineira em outubro do ano passado, disse estar assustado com a violência no futebol amador, especialmente no interior, onde nem sempre a patrulha policial está presente. “Temos árbitros que foram linchados, até alvejados. Nem sempre tem patrulha, embora a polícia sempre chegue rápido. Vamos enviar uma nota aos clubes, pedindo mais serenidade”, anunciou.
969 visitas - Fonte: superesportes
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