Duas partidas consecutivas em casa, contra Coritiba e Grêmio, seriam tudo de que o Cruzeiro precisaria para se afastar definitivamente da zona de rebaixamento. Mas, para isso, o time precisa melhorar seu aproveitamento no Mineirão, o palco que foi fundamental para a conquista do bicampeonato brasileiro, mas tem sido um cenário de tropeços na atual temporada. Neste 2015, o desempenho no estádio preferido dos celestes é bem inferior ao esperado. Foram apenas nove vitórias em 24 jogos, e o aproveitamento é de não mais do que 50%. Só no ano passado, a média chegou a 81,3%.

Neste Brasileiro, levando-se em conta exclusivamente os jogos em casa, o Cruzeiro é apenas o 17º colocado, com 20 pontos em 13 partidas, de cinco vitórias e cinco empates. O desempenho é superior somente aos de Figueirense, Joinville e Vasco, todos na zona de rebaixamento. Nem mesmo no Campeonato Mineiro a Raposa conseguiu se impor como mandante: venceu apenas uma vez no Mineirão: 3 a 0 sobre o Boa.

Diante do fantasma da Pampulha, o momento é de concentração total. E também de apoio da torcida, que tem feito sua parte mesmo quando o time não corresponde em campo, como na derrota por 1 a 0 para o Santos. Na última partida no estádio, nova decepção: empate por 2 a 2 com o Vasco, depois de ter virado o marcador.

Para os jogadores, mais do que nunca a união dentro e fora de campo é fundamental. “O torcedor tem visto a entrega do nosso grupo. Mesmo quando cedemos empate, ninguém deixou de mostrar vontade durante as partidas. O torcedor pode acreditar, nosso grupo é qualificado. Que ele compareça nestes próximos jogos, apoie e a gente responda em campo”, afirma o atacante Willian, cujo prestígio voltou a subir depois de fazer seis gols importantes, como os quatro nos 5 a 1 sobre o Figueirense.

Refletindo a opinião do grupo, ele exalta o comportamento da China Azul. “A torcida tem sido fundamental nesses últimos jogos no Mineirão. Até conversamos entre nós, jogadores, que o torcedor cantando, incentivando, nos contagia muito. Isso mexe muito comigo. Os torcedores viraram nos dois últimos anos os campeões brasileiros, mas têm de entender que futebol tem dessas fases. É importante que estejam nos apoiando para que, juntos, saiamos desta situação.”

Experiente, Willian dá a receita para superar o Coritiba: marcar forte e aproveitar as chances que surgirem. Nem a boa fase do adversário, que venceu três dos últimos cinco jogos, abala a confiança do atacante. “Da mesma forma que a gente sabe que eles vêm em uma crescente, eles vão encontrar um jogo duro de nossa parte. O Cruzeiro também vem mostrando reação, e vamos procurar nos impor, fazer valer o mando de campo, com o apoio do torcedor, marcar forte e procurar agredir bastante, pois não há outro resultado que nos interessa que não a vitória.”

ESPÍRITO DE DECISÃO Mostrando que o objetivo é mesmo terminar o ano sem mais sustos, os jogadores celestes encaram os próximos jogos como decisivos. Segundo eles, desde a vitória sobre a Ponte Preta (2 a 1, no Moisés Lucarelli), “a atitude vem sendo outra”, conforme diz Willian.

Ele mesmo não tem explicação para ter voltado a atuar bem desde a troca de Vanderlei Luxemburgo por Mano Menezes. “Não tenho nenhuma vírgula para falar do trabalho do Vanderlei. Ele sempre foi muito transparente. Acho que é do futebol, as coisas não se encaixaram, não consegui render tudo o que poderia. Mas nunca deixei de trabalhar, de procurar ajudar. Quando surgiu a chance contra a Ponte, encarei como um prato de comida”, comenta.