Nessa quarta-feira, o Cruzeiro empatou em casa com o Vasco da Gama e o Atlético foi goleado pelo Santos

Depois de resultados frustrantes nessa quarta-feira, atleticanos e cruzeirenses acionaram a calculadora para entender melhor as situações dos rivais mineiros no Campeonato Brasileiros. A conta para o Atlético tem ficado cada vez mais difícil para o título. Já os números do Cruzeiro ainda inspiram preocupação dos torcedores.

Vice-líder, o Galo está com 49 pontos, cinco atrás do líder Corinthians. A vantagem para o primeiro clube fora do G-4 é de oito pontos – São Paulo e Flamengo ainda jogam e podem reduzir essa margem. Por sua vez, o Cruzeiro, 13º colocado, tem 30 pontos, três a mais que o Figueirense, o primeiro dentro da zona de rebaixamento – como o Coritiba enfrenta o Flamengo nesta quinta-feira, essa diferença pode ser reduzida.

O que precisa o Atlético para ser campeão? E o Cruzeiro, como se livrar do rebaixamento? Para responder a essas e outras perguntas o Superesportes recorreu aos números da UFMG e ouviu o especialista Tristão Garcia.

Projeções para o Atlético

Segundo estatísticas do departamento de matemática da UFMG, o Atlético tem 15,6% de probabilidade de ser campeão. Os especialistas apostam em 76 pontos como uma margem segura para o título. Para erguer a taça, o Galo precisa atingir um aproveitamento de 75% nos últimos 12 jogos, explica Tristão Garcia. O rendimento atual é de 62,8%.

“O Corinthians é o grande favorito ao título. A chance de o Atlético ser campeão passa muito pelos insucessos do Corinthians. Para levantar a taça sem depender dos resultados do clube paulista, o Atlético teria, por exemplo, que vencer as três próximas rodadas e, nos nove jogos seguintes, manter uma média de 2 pontos por jogo, ganhando um e empatando outro, para alcançar 76 pontos. O campeão, claro, pode ter um desempenho menor. Mas com essa pontuação uma equipe assegura a conquista”, afirma.

A título de comparação, nos últimos três anos o campeão conseguiu mais de 65% de aproveitamento. Na temporada passada, o Cruzeiro chegou a 70%, ao passo que em 2013 logrou 66,7%. Em 2012, o Fluminense alcançou 67,5%.

Quando o assunto é vaga na Libertadores, a situação alvinegra é mais confortável. Segundo a UFMG, o Galo tem 82,2% de probabilidade de conseguir uma das quatro vagas – o número de classificados via Campeonato Brasileiro pode passar para três se o campeão da Sul-Americana for do Brasil.

“Uma pontuação segura para classificar é 66 pontos. O Atlético pode até diminuir o aproveitamento que alcança esse número. Penso que o Corinthians está praticamente assegurado. Grêmio está muito perto”, afirma Garcia.

Projeções para o Cruzeiro

Números da UFMG mostram que o Cruzeiro tem 23,6% de risco de ser rebaixado. Os cálculos e projeções do especialista Tristão Garcia apontam 47 pontos para se livrar do rebaixamento. Em 2011, o Cruzeiro viveu situação parecida. Livrou-se da degola com 47 pontos, 37,7 % de aproveitamento. Neste ano, contudo, a expectativa é que os clubes da parte de baixo da tabela consigam pontuação mais elevada.

“Acredito que um clube possa ser rebaixado com 45 pontos neste ano. Os clubes da parte de baixo estão pontuando mais. Está muito parecido com o ano de 2013, quando o Fluminense caiu com 46 pontos, mas permaneceu na Primeira Divisão em razão de desdobramentos jurídicos”, opina.

Em 2014, o Palmeiras se salvou com 40 pontos – o Vitória, 17º colocado, caiu com 38.

“O Cruzeiro precisa de 17 pontos, ter um rendimento de cerca de 50% nas rodadas finais. Tem que melhorar o rendimento que tem atualmente para sair com segurança. O curioso é que o Atlético também precisa de 17 pontos para garantir a vaga na Libertadores. E o Galo parece mais perto por causa do aproveitamento que vem tendo na temporada”, explica Garcia.