16/9/2015 17:45
Acordos de patrocínio ajudam Atlético e Cruzeiro a equilibrar finanças em momento difícil
Cruzeiro abate dívida com rede de supermercados, e Galo alivia contas com aporte
Cruzeiro e Atlético têm apoio de rede de supermercados de Minas Gerais em momento de economia instável
Atlético e Cruzeiro acertaram neste mês acordos de patrocínio com Supermercados BH. A rede mineira, que passa a estampar sua marca nos uniformes dos atuais campeões da Copa do Brasil e do Brasileirão, respectivamente, torna-se parceira no momento em que os dois clubes passam por dificuldades para honrar compromissos, ainda mais com a economia instável no país.
No caso específico do Cruzeiro, o acordo de patrocínio máster (principal) até o fim do ano serviu para liquidar uma dívida de R$ 4 milhões com a rede supermercadista, que foi parceira em percentual de alguns jogadores negociados em 2014 e 2015. De acordo com Pedro Lourenço, dono da rede, nenhum valor extra entrou nos cofres celestes.
“Tínhamos valores a receber pelo Lucas Silva (volante vendido ao Real Madrid), Vinícius Araújo (atacante vendido ao Valencia) e outros jogadores. O Cruzeiro não está levando dinheiro nenhum, mas estamos negociando, o clube vai abater um débito de R$ 4 milhões e isso é muito bom para o Cruzeiro”, disse Pedro Lourenço, que é conselheiro do clube, em entrevista ao Superesportes.
Procurado para comentar a revelação de Lourenço, o diretor comercial e de marketing do Cruzeiro, Robson Pires, confirmou que o patrocínio, anunciado no início do mês, envolve abatimento de dívida. “É uma composição de valores que o clube está negociando. Não deixa de ser dinheiro, porque são valores que ele está compensando”, disse.
Embora Pedro Lourenço confirme que não há injeção de recursos neste momento, o Cruzeiro garante que a parceria contemplará novos investimentos. “Há uma outra contrapartida em espécie. Não necessariamente neste ano, mas há uma cláusula”, finalizou Robson Pires à reportagem.
Atlético
O clube alvinegro, por sua vez, se aproveita do dinheiro do patrocínio na parte inferior da camisa para colocar as contas em dia. O Atlético precisa estar saneado e com folha mais enxuta para aderir ao Profut, programa de parcelamento de dívidas com a União.
Até hoje, o clube enfrenta dificuldades pelo bloqueio do dinheiro da venda de Bernard ao Shakhtar em 2013. Em maio deste ano, a diretoria atleticana admitiu atrasos nos direitos de imagem do elenco.
Para o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, o acordo é importante para os dois lados. ”É uma rede de supermercados, acho que a estratégia deles é a mais correta. Já tinham patrocinado o Cruzeiro e para mostrar que a empresa não tem clube, procuraram o Atlético. O Pedro, dono da rede, é muito simpático, um homem de visão, e fechamos o acordo”, disse, ao Superesportes.
Ao menos por enquanto, Atlético e Supermercados BH negam que tenham se tornado, também, parceiros em percentuais de direitos econômicos de jogadores. Ao ser indagado sobre a informação de que a rede havia adquirido “fatias” de atletas, Pedro Lourenço desconversou sobre os investimentos paralelos no time alvinegro. “Só fechamos o patrocínio da camisa. Sobre jogadores, estamos pensando em não fazer mais isso. Mas não descarto nada no futuro”.
Nepomuceno seguiu o discurso de Pedro sobre a compra de percentuais de atletas. "Isso é conversa. Só fechamos patrocínio".
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