Esquema especial da Polícia Militar impossibilitou que as torcidas se encontrassem (Foto: GloboEsporte.com)
Apesar da inconstância na tabela, o torcedor do Cruzeiro não quis saber da fase irregular e tomou o Mineirão. Foram cerca de 50 mil, contra os sete mil a que o Atlético-MG teve direito. A esperada festa do lado azul foi bonita de se ver. Em menor número, os atleticanos tentavam se impôr gritando alto, empurrando o time. As provocações de lado a lado ficavam restritas a gritos e músicas.
O clima de festa começou ainda do lado de fora. Com um esquema especial montado pela Polícia Militar, os atleticanos, em menor número, se concentraram no Mineirinho. Com várias grades delimitando o trajeto dos torcedores do Galo até o Gigante da Pampulha, os rivais sequer tinham contato visual uns com os outros. Os cruzeirenses tomavam as ruas ao redor do estádio vigiados de perto por um forte esquema de segurança.
Tudo certo e sem problemas registrados, o show passou a ser dentro do estádio. Cientes de que seriam fundamentais para o triunfo, os cruzeirenses passaram a apoiar o time. Entoando uma música com o ritmo copiado dos carrascos alvinegros do marroquino Raja Casablanca, a torcida azul deu a tônica do que estava por vir.
Em campo, o time correspondia, já que exercia forte marcação e deixava poucos espaços para o rival. Apesar da cantoria cruzeirense, os sete mil atleticanos também eram ouvidos. Embalados pela boa fase do time, faziam provocação ao rival com o hit “eu sei que você treme”.
Na falha de Victor após chute de William, o grito de gol e a vibração tomou conta. Bandeiras, faixas e muita festa para celebrar a vantagem no placar.
A torcida do Cruzeiro fez festa nas cadeiras do Mineirão... (Foto: Reprodução TV Globo Minas)
Em vantagem, o Cruzeiro se postou em campo de forma a esperar um contragolpe na etapa final. Mas Mena, após ser driblado por Giovanni Augusto, acabou recebendo o cartão vermelho. Minutos de apreensão por parte do lado azul e confiança dos alvinegros.
O gol de Alisson foi a senha para o torcedor voltar para o jogo e se tornar o homem que faltava em campo. Sem parar de cantar por mais de 30 minutos, os torcedores abafaram as tentativas de ataque do rival como se fossem mais um defensor. Deu tudo certo até 43 minutos, quando Carlos apareceu na cara de
Fábio para, de cabeça, deixar tudo igual.
Mesmo em menor número, o lado preto e branco se fez ouvir. Mas o que era festa se tornou apreensão um minuto depois. Pênalti para o Cruzeiro. Willian ajeitou, olhou para Victor e bateu firme. O tempo entre a batida e o resultado do chute teria sido como um minuto de silêncio respeitado pelos dois lados, só que não durou mais do que uma fração de segundos. A defesa de Victor transformou os sete mil atleticanos em setenta mil, numa vibração que valeu tanto quanto o gol da virada. O empate não saiu mais do placar, os cruzeirenses aplaudiram a entrega e disposição do time, enquanto o último recado ficou foi dado pelo torcedor alvinegro, que comemorou o empate com contornos dramáticos como se fosse uma vitória.