10/9/2015 13:39
Pará carrega 'frustração' e relembra volta por cima após morte do pai
Lateral ganha confiança e titularidade com Mano Menezes e se emociona ao falar do maior incentivador: "Meu pai era quem mais acreditava em mim"
Pará deverá ser, novamente, titular do Cruzeiro no jogo contra o Flamengo, nesta quinta (Foto: Washington Alves/Light Press)
Histórias de sofrimento no mundo de futebol não são difíceis de encontrar. Já dizia a música de Reginaldo Rossi: “Meu caso é mais um, é banal. Mas preste atenção, por favor.” Mas o do lateral Pará não foi banal. A dele, desde que começou a jogar futebol, nos campos de terra da pequena cidade de Capanema, a 150 quilômetros de Belém, até chegar à titularidade do Cruzeiro, é emocionante. O jogador, que ganhou a confiança de Mano Menezes, desbancando jogadores como Mena e Fabrício, perdeu o pai muito novo e quase desistiu de seguir carreira no futebol.
- Hoje, graças a Deus, eu consegui meu sonho. Infelizmente tive que perder meu pai e, só a partir daí, consegui os meus objetivos. Mas eu segui a vida e, por causa dos “nãos”, pensei em parar. Mas vi minha família, que precisa muito de mim, segui em diante e consegui chegar onde cheguei - contou, com a voz embargada durante a coletiva de imprensa no Cruzeiro.
O lateral de 20 anos tentou fazer testes no Remo e, duas vezes, no Santos, mas foi reprovado em todos. O pai era o maior entusiasta e motivou o garoto que, mais tarde, conseguiu começar a carreira no Bahia. Pará realizou o sonho, mas carrega a frustração de não ter realizado o do pai.
- Eu, como toda criança, queria ser jogador de futebol. Quando era mais novo, fiz teste em vários times grandes, mas, infelizmente, não passei. Meu pai era quem mais acreditava em mim. Eu mesmo não acreditava. Falava que ainda ia me ver jogando na televisão.
Foi justamente no Bahia onde o jogador ganhou as primeiras oportunidades. Apesar da baixa estatura, Pará era atacante. Ser recuado para a lateral esquerda foi uma opção pessoal. E deu certo.
- Eu comecei como atacante. Até ano passado no Bahia, revezámos muito. Vim para a lateral esquerda. Foi uma opção minha, por causa da estatura. Me adaptei rápido à posição e segui em diante.
"Não deu tempo"
Visivelmente emocionado, Pará lamenta não ter realizado o sonho do pai: assistir, pela televisão, o filho jogando.
- Não deu tempo, era o sonho dele, mas, infelizmente, ele não viu meus jogos.
O maior motivador não verá o lateral atuando nesta quinta-feira, contra o Flamengo, às 21h (de Brasília), no Maracanã. Mas, com certeza, milhões de cruzeirenses estarão ligados na partida para acompanhar o desempenho de Pará e seus companheiros em busca da terceira vitória seguida no returno Campeonato Brasileiro.
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