I>Paulo Galvão /Estado de Minas

O Cruzeiro volta hoje ao estádio onde obteve suas maiores glórias para reencontrar o bom caminho. Diante do Figueirense, às 11h, no Mineirão, o clube estreia o técnico Mano Menezes, que tentará fazer o que Vanderlei Luxemburgo e Marcelo Oliveira, seus antecessores, não conseguiram este ano: dar padrão de jogo à equipe, atual bicampeã brasileira e que, depois de fracassar no Mineiro, na Copa do Brasil e na Libertadores, vem decepcionando a torcida também no Nacional. Apoio das arquibancadas, aliás, não vai faltar, já que a expectativa é de público superior a 40 mil pessoas.

Foi a partir da inauguração do Gigante da Pampulha, em 5 de setembro de 1965, que a Raposa se firmou com um dos maiores clubes da América do Sul. Logo em 1966, o time que tinha Raul, Dirceu Lopes e Tostão, entre outros, ganhou a Taça Brasil batendo o Santos de Pelé, com direito a goleada por 6 a 2 em casa. Dez anos mais tarde conquistou o continente ao dobrar o River Plate também com goleada diante da torcida no primeiro jogo, desta vez por 4 a 1.

Já na década de 1990, conquistou outros títulos internacionais, como a Supercopa dos Campeões da Libertadores em 1991 e 1992, além de outra Libertadores, em 1997, batendo o Sporting Cristal-PER por 1 a 0 no segundo jogo da final. Também foi campeão da Copa do Brasil em 1993, 1996 e 2000.

A partir de 2001, ganhou a Copa do Brasil’2003, mesmo ano em que se sagrou bicampeão brasileiro. Nos últimos dois anos, encantou o Brasil com seu futebol envolvente e ofensivo, sendo campeão nacional seguidamente com rodadas de antecipação.

O novo treinador sabe disso e pretende se inspirar no passado para levar o Cruzeiro de volta aos melhores dias. “Nos últimos anos, o Cruzeiro tinha ideia muito clara de jogo e conquistou resultados importantes. Vamos perseguir isso. Não são os mesmos jogadores, mas vamos procurar fazer ajustes para levar isso em frente, respeitando as características de cada um”, afirma Mano, que comandou apenas dois treinos antes da estreia e, por isso, fará apenas acertos em relação ao time que venceu a Ponte Preta por 2 a 1, quarta-feira, em Campinas.

Naquela oportunidade, a equipe foi comandada pelo ex-atacante Deivid, que se tornou assistente técnico permanente do clube. Ele fez algumas mudanças, sendo a principal delas a centralização do volante Henrique, além de ter dado chance a jogadores que não vinham atuando.

Entre eles, está o atacante Willian. Presente nas campanhas vitoriosas dos dois últimos brasileiros, ele quer ajudar a equipe não só a fugir da ameaça de rebaixamento, mas também a terminar a temporada de forma condizente com a história do Cruzeiro. “A vitória de quarta-feira tirou um peso de nossas costas. A gente sabe que a pressão é grande. Tivemos uma atitude diferente em Campinas. Está tudo muito embolado, e agora temos mais uma partida importantíssima. Respeitamos o Figueirense, mas precisamos da vitória para nos distanciarmos da zona de rebaixamento o mais rápido possível”, declara o camisa 25.

ACOSTUMADOS

Além de estar vindo de vitória, os jogadores costumam se motivar mais com a troca de treinador. “Nossa expectativa é positiva, pois o Mano é um grande profissional, competente. Ele encontra um grupo que está querendo muito, que está se determinando no dia a dia e nos jogos. Tenho certeza que juntos vamos ser vitoriosos”, afirma Willian, que se diz acostumado com troca de treinadores desde que subiu para o profissional, no Guarani-SP. “O importante é a gente estar com a cabeça boa, procurando entender o que o novo treinador quer nos passar.”

Se quiser mudar a equipe, Mano Menezes terá à disposição o lateral-esquerdo Fabrício e o atacante Marinho. Ambos cumpriram suspensão no meio da semana passada. Já o zagueiro Leo é desfalque certo – foi submetido a cirurgia para corrigir lesão no menisco do joelho direito.

O ADVERSÁRIO
Para manter o retrospecto

Derrotado em casa pelo Grêmio na quinta-feira, o Figueirense quer se reabilitar surpreendendo o Cruzeiro em pleno Mineirão. Para isso, aposta na dificuldade que a equipe celeste vem tendo para superar os catarinenses neste Brasileiro – conquistou apenas um ponto em quatro jogos, tendo perdido para a Chapecoense e empatado com o Avaí em Belo Horizonte e sendo derrotado pelo próprio Figueira e pelo Joinville como visitante. Também promete melhorar a pontaria, considerado o principal problema no revés diante dos gaúchos. “Se a gente tivesse mais competência nas finalizações, o resultado seria outro”, afirma o técnico Renê Simões, que, além de continuar não podendo contar com Marquinhos e Carlos Alberto, lesionados, perdeu o atacante Dudu, com desconforto na coxa direita, e o lateral-direito Leandro Silva, liberado para resolver questões pessoais. Marcão e Sueliton devem ser os respectivos substitutos.

FICHA TÉCNICA
Cruzeiro x Figueirense
Cruzeiro: Fábio; Ceará, Manoel, Bruno Rodrigo e Pará; Willians, Henrique, Allano, Ariel Cabral e Willian; Leandro Damião
Técnico: Mano Menezes

Figueirense: Alex; Sueliton, Bruno Alves, Thiago Heleno e Marcos Pedroso; Dener, Paulo Roberto, Fabinho e Rafael Bastos; Clayton e Marcão
Técnico: Renê Simões

Estádio: Mineirão
Horário: 11h
Árbitro: Jaílson Macedo Freitas (BA)
Assistentes: Marcos Wilb Rocha de Amorim e Jucimar dos Santos Dias (BA)

Ingressos: Setores Inferior Norte (Portão F) e Sul (Portão C), R$ 40; Superior Norte (Portão F) e Sul (Portão C), R$ 50; Inferior Leste (Portões D e E), R$ 70; Superior Leste (Portões D e E), R$ 80; Inferior Oeste (Portão B), R$ 90 (Minas Arena); Superior Oeste (Portão B), R$ 100. Cadeiras Vip (vendas pelo www.mineiraopremium.com.br), entre R$ 260 e R$ 280. Menores de 12 anos, maiores de 60 e estudantes pagam metade

CONFRONTOS
Cruzeiro x Figueirense
Geral (25 jogos)
12 Vitórias 8
5 Empates 5
40 Gols 27
Brasileiros (23 jogos)
10 Vitórias 8
5 Empates 5
37 Gols 26