Mano assistiu ao jogo em Campinas: ambiente menos turbulento (Foto: Mauro Horita/Light Press)
A vitória por 2 a 1 sobre a Ponte Preta, na noite de quarta-feira, em Campinas, não aliviou totalmente a situação do Cruzeiro na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. O time mineiro é o 15º colocado, com 25 pontos, apenas dois acima da zona de rebaixamento. Tampouco foi um sinal de que o futebol apresentado chegou perto do que a equipe bicampeã de 2013 e 2014 mostrou. Mas serviu para que a tranquilidade e a confiança voltem ao elenco e à diretoria. E será fundamental para a nova comissão técnica, encabeçada por Mano Menezes, começar a trabalhar em um ambiente menos turbulento.
Os últimos dias na Toca da Raposa II não foram fáceis. A sequência de seis partidas sem vencer, pelo Brasileirão e pela Copa do Brasil, e a proximidade do Z-4 acabaram com a paciência da torcida, que exigiu a saída do técnico Vanderlei Luxemburgo e do diretor de futebol Isaías Tinoco. Encurralado, pressionado e sem alternativas, o presidente Gilvan de Pinho Tavares demitiu os dois e chamou o superintendente das categorias de base, Bruno Vicintin, para o cargo de vice-presidente de futebol, que estava vago. Tudo isso na segunda-feira. Um dia depois, a dupla Gilvan/Bruno anunciou o nome de Mano Menezes como novo técnico do Cruzeiro.
Deivid e Antônio Mello, auxiliar e preparador físico de Luxemburgo, foram convidados a comandar o time na partida contra a Ponte, nesta quarta. Vicintin, inclusive, ofereceu ao ex-atacante uma vaga fixa na comissão técnica do Cruzeiro. A resposta de Deivid deve sair ainda nesta quinta. Mas a primeira missão foi cumprida. Sob seu comando, a Raposa fez 2 a 1 na Macaca e deixou as portas de entrada para Mano Menezes abertas e menos assustadoras, já que o time continua fora do Z-4.
Se a atuação diante da Ponte não foi um primor de técnica, mostrou um time aguerrido, lutador e com uma atitude diferente da apresentada nos últimos jogos. Atitude, aliás, foi a palavra mais dita pelos próprios jogadores, após a partida. O Cruzeiro lutou e, mesmo quando não esteve bem em campo, como na primeira metade do segundo tempo, conseguiu colocar os nervos no lugar e se reequilibrar em campo, até conseguir a suada vitória, com direito a gol aos 48 minutos. Tudo sob o atento olhar de Mano, que assistiu ao jogo de uma cabine no Moisés Lucarelli.
As últimas semanas foram tenebrosas para a torcida do Cruzeiro, que conviveu com um time desmotivado e sem poder de recuperação e com a ameaça de rebaixamento, o que nunca aconteceu nos 94 anos de história. A reviravolta dos últimos três dias, porém, dão um alento de que, não somente dias melhores virão, mas de que os cruzeirenses ainda podem sonhar com algumas alegrias neste final de temporada.
Jogadores comemoram, abraçados, o gol de Willians, o primeiro em cima da Ponte (Foto: Mauro Horita/Light Press)