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1/9/2015 11:40

De cabeça para baixo em 90 dias

Cruzeiro busca terceiro treinador no ano, com a saída de Luxemburgo, que ficou só três meses. Foi a segunda demissão dele no Brasileiro, dispensado também do Fla

De cabeça para baixo em 90 dias
Presidente Gilvan de Pinho Tavares disse que dispensa de Luxa foi 'rápida, porém não impensada'

Durou três meses a segunda passagem do técnico Vanderlei Luxemburgo pelo Cruzeiro. O treinador campeão da tríplice coroa em 2003 foi demitido pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares ontem à tarde, na Toca da Raposa, depois de dirigir a equipe em 19 jogos (com seis vitórias, três empates e 10 derrotas). Enquanto a diretoria busca o substituto, o auxiliar de Luxemburgo, o ex-atacante Deivid, dirige o time na partida de amanhã, contra a Ponte Preta, às 19h30, em Campinas, pelo Campeonato Brasileiro.

Gilvan, que havia chorado em entrevista à TV Minas ao falar da manifestação da torcida no Mineirão (ele foi chamado de ladrão), atribuiu a dispensa do treinador à pressão da imprensa e das redes sociais. “Os resultados não vieram e estava sendo acusado de coisas injustas. Quando chega nesse ponto não há como segurar. Não é o momento de mudar treinador agora, mas não podia deixar dessa forma”, afirmou o dirigente, que usou a palavra “repugnância” para definir o sentimento da imprensa e da torcida em relação ao técnico e ao diretor de futebol Isaías Tinoco, que também foi demitido.

Luxemburgo preferiu não dar entrevista, mas, segundo o presidente, “ele entendeu o momento do Cruzeiro, que tínhamos de tomar essa atitude. E respeitou minha decisão”. Visivelmente abatido e pressionado, o presidente celeste revelou também que colocou o cargo à disposição, mas os conselheiros não permitiram sua saída: “Não aceito (esse cargo) mais nunca. Gente de bem não pode mexer com futebol. Não dá para sofrer e passar pelo que passei. Mas tenho coragem. Sou ofendido, mas vou ao campo”.

PERFIL Para ajudar a cuidar do futebol profissional do clube, Gilvan convidou o superintendente da base, Bruno Vicintin, para assumir o cargo de vice-presidente de futebol. Os dois vão contratar o novo treinador e um diretor de futebol. “O momento para contratação de treinador é muito difícil. Todos estão empregados. Dois de ponta no futebol brasileiro (Muricy Ramalho e Mano Menezes) já negaram convite de diversos clubes este ano. Não sei se conseguiríamos demovê-los dessa ideia”, afirmou o presidente. “Camisa pesa também para treinadores com menos experiência. Temos de pensar com tranquilidade.”

Bruno Vicintin acrescentou qual perfil entende ser o melhor para a equipe no momento: “Um treinador que tenha feito bons trabalhos recentes, que saiba da história do clube e procure jogar como o Cruzeiro gosta de jogar, com toque de bola”.

Em meio à saída de Luxemburgo, foi apresentado ontem o volante Uillian Correia, de 25 anos, cuja contratação foi pedida pelo ex-treinador. Gilvan também anunciou que vai reduzir o preço dos ingressos para a partida de domingo, contra o Figueirense, às 11h, no Mineirão. O ingresso mais barato custará R$ 40 para o torcedor comum e o sócio papa-filas. Associados do plano Cruzeiro Sempre pagam a metade e podem comprar mais três.

Deivid comanda treino hoje pela manhã para definir o time que enfrenta a Ponte Preta amanhã. Ele não terá o atacante Marinho e o lateral-esquerdo Fabrício, suspensos, nem Alisson, Mena e De Arrascaeta, liberados para as seleções olímpica do Brasil, do Chile e do Uruguai, respectivamente.

ANÁLISE DA NOTÍCIA, por Kelen Cristina (Estado de Minas)

Crônica de um fracasso anunciado

Não era muito difícil prever o desfecho da segunda era Luxemburgo na Toca da Raposa. O Vanderlei que chegou em 3 de junho nem de longe era aquele que, há 12 anos, levou o Cruzeiro à tríplice coroa, e os trabalhos recentes dele já mostravam isso. Foram necessários 90 dias e 19 jogos para que a diretoria celeste percebesse quão equivocada havia sido a escolha e acrescentasse ao currículo do treinador mais uma dispensa – a coluna Tiro Livre de sexta-feira mostrou que, nos últimos 10 anos, Luxemburgo foi demitido de sete dos nove clubes em que trabalhou. As exceções foram no Santos: em 2007 (quando anunciou que não renovaria, alegando não ter tido a aprovação da diretoria para a implementação de seu projeto para os dois anos seguintes) e em 2009, por desavença política, já que havia apoiado Marcelo Teixeira na eleição à presidência, e quem saiu vencedor foi Luís Álvaro. Nos demais, mesmo sob muita pressão, Luxa só saiu depois de receber o bilhete azul. Desta vez, não foi diferente. Em três meses, o time do Cruzeiro, que já não estava nenhuma maravilha, acabou de acabar. Não há nenhuma herança tática e técnica de Luxemburgo para ser aproveitada. No nono mês do ano, a Raposa vai ter de começar, de novo, do zero.

1017 visitas - Fonte: superesportes




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