Cruzeiro perde para o Santos no Mineirão (Foto: Pedro Vilela/ Agência I7, Estadão Conteúdo)

O Cruzeiro perdeu três dos últimos quatro jogos no Campeonato Brasileiro, e no domingo conheceu mais uma derrota em casa, dessa vez para o Santos, por 1 a 0. Nas palavras do comentarista do SporTV Maurício Noriega, a Raposa “não tem GPS, é voo cego”, ou seja, o time está perdido na competição, em que ocupa hoje a 16ª colocação, logo acima da zona do rebaixamento.

- A verdade é que o Cruzeiro não tem poder de fogo e não tem muita ideia. Fica com a bola, vai para a direita, vai para a esquerda, não tem penetração, não tem uma jogada enfiada, não tem ultrapassagem de lateral, vai meio aos trancos e barrancos. As mudanças são constantes de formações táticas, 19 vezes mudou seu sistema tático do campeonato, e tem duas maneiras de analisar isso. O otimista vai dizer que ele está fazendo experiências, o pessimista diria que ele está perdido, porque não vai, busca, busca, mas não sabe. O Cruzeiro tenta chegar num lugar, mas não sabe o caminho. O time do Cruzeiro não tem GPS, é voo cego, e vai ter que trabalhar nessa circunstância - analisou.

Na coletiva após a partida, o técnico cruzeirense Vanderlei Luxemburgo citou pressão do time mineiro e um domínio em campo. Segundo o narrador do SporTV Milton Leite, o comandante do time celeste “viu outro jogo”.

- A sensação que tenho vendo as duas respostas que a gente viu do Luxemburgo é que ele viu outro jogo. O Cruzeiro ficou com a bola? Ficou com a bola, mas se você for ver o jogo inteiro, o Vanderlei fez duas defesas. Dá a impressão que sufocou o Santos, não, foram duas bolas na trave e o Santos nem jogou o que estava jogando, por exemplo, nos jogos com o Corinthians, jogou abaixo talvez até pelo que foi exigido. O Ricardo Oliveira acertou um chutaço porque é muito bom jogador e é pago para isso também. Não concordo muito com essa coisa de que o Cruzeiro pressionou e a torcida apoiou. A torcida apoiou até o apito final, quando terminou o jogo ela gritou "adeus, Luxa". Parece que ele não está com essa moral toda não.

Maurício Noriega concordou com o companheiro de transmissão no Mineirão, e ressaltou que a posse de bola do Cruzeiro não se transformava em chances de gol para a equipe ou perigo para o rival.
- No segundo tempo, o Santos até houve um momento em que recuou demais e não foi em busca de um gol para resolver o jogo, ficou tranquilo, administrando, e o Cruzeiro não teve forças para criar grandes situações. Teve sufoco, mas qualquer time faz, mas é bola jogada na área, o Vanderlei fez uma defesa num chute do Alisson, que no rebote o Allano perdeu. O Santos foi feliz pela qualidade de um jogador que na primeira vez que tocou na bola acertou um chute espetacular. Não é à toa que é o artilheiro do campeonato.

Aos 42 minutos do primeiro tempo, Ricardo Oliveira encontrou espaço para mandar uma bomba de esquerda no gol de Fábio, e assim garantir a primeira vitória santista fora de casa. O Peixe foi aos 30 pontos e é o nono colocado, quatro pontos atrás do Palmeiras, último time dentro do G-4. Já o Cruzeiro tem a mesma pontuação de Goiás e Coritiba, dois times que ocupam a zona de rebaixamento com 22 pontos. Sinal vermelho começa a ficar forte.

- É um futebol que acende um sinal amarelo, já mudando para vermelho para o torcedor do Cruzeiro, porque não sai nada. O time tenta, tenta e a quantidade de erros é industrial. Para um time com essa camisa, que vem de duas conquistas seguidas de campeonato nacional, jogar da forma como está jogando é muito perigoso. A torcida do Cruzeiro não vai aceitar facilmente que o time venha aqui no Mineirão e jogue fechadinho por um empate - concluiu Noriega.

Agora, o Cruzeiro abre a 22ª rodada do Campeonato Brasileiro na partida contra a Ponte Preta, na quarta-feira, às 19h30, no Moisés Lucarelli. O Santos jogará no dia seguinte, às 19h30, contra a Chapecoense, na Vila Belmiro.