19/8/2015 12:43
A Raposa está mudando de pelo
"Sinto que estamos andando um pouco como caranguejos. Damos mais passos para os lados do que para a frente. Vejo jogos inspirados e, logo depois, um desastre como o jogo contra o Joinville"
Desde que definiram qual seria o animal símbolo do nosso time, sempre pensei quais seriam as características da raposa que se assemelham ao nosso estilo de jogar e também ao comportamento da torcida.
Em cada região do mundo, as raposas têm pelagens de cores diferentes. A fennec fox, que vive no Saara, tem por característica enormes orelhas, que ajudam a dissipar o calor do deserto. Existe também a artic fox, que vive no Círculo Polar Ártico e tem o pelo todo branco. Dos vários tipos existentes pelo mundo, a maioria é de animais muito ágeis, bons caçadores e com ótima capacidade de adaptação às variações climáticas. Algumas, inclusive, trocam de pelo a cada estação, ficando brancas no inverno e castanho-pardo no verão.
Comparando ao nosso time, eu diria que estamos trocando de pelagem. Está acabando o inverno e chegando a primavera, hora de a natureza mudar as cores e os animais terem novas rotinas. Trocamos o técnico, o diretor de marketing, o diretor de futebol, e o Valdir Barbosa acabou de sair. Tudo isso em seis meses. Dentro de campo, está ocorrendo algo parecido. O único nome que eu escalaria como titular no próximo jogo é o de Fábio. Sempre temos mudanças em todos os setores do time, defesa, meio-campo e ataque.
O De Arrascaeta veio para assumir a camisa 10. O Gabriel Xavier chegou jogando muito bem e hoje em dia mal entra em campo. O Willian Bigode está sumido. Nossos laterais a cada jogo são diferentes. A zaga é sempre dúvida. Paulo André joga muito bonito, de cabeça erguida, mas não me passa segurança.
Tantas modificações, com certeza, atrapalham os jogadores. Usando velho jargão popular, cachorro com dois donos morre de fome. Conversando com meu amigo Ricardo Pitchon, no Mineirão, até agora não entendemos por que tantos nomes da cúpula cruzeirense saíram. É muita mudança num prazo muito curto.
Essa ida para Atibaia me parece uma tentativa de encontrar uma espinha dorsal para o time. Na minha opinião, trará bons resultados.
Nós, como torcedores, só enxergamos o que acontece dentro de campo e o que é falado nas entrevistas. Essa é a nossa fonte de informações. Pode-se mudar tudo e todos, mas se os bons resultados continuam acontecendo, a torcida pouco se importa. Sinto que estamos andando um pouco como caranguejos. Damos mais passos para os lados do que para a frente. Vejo jogos inspirados e, logo depois, um desastre como o jogo contra o Joinville.
Assim como a raposa troca sua pelagem para começar um novo ciclo, está passando da hora de engrenarmos de vez o nosso time. Seria maravilhosa uma classificação para a próxima fase da Copa do Brasil. Tiraria de vez todas essas dúvidas que citei aqui e estão na cabeça dos nossos torcedores.
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