12/8/2015 13:03
Bula cinco estrelas
"Não sei se a mesma receita funcionará para outros jogos, mas já estou bem feliz com a vontade de ganhar e o entrosamento do time"
Estamos vivendo numa época em que pouco importa o resultado final das coisas. O mais importante é termos uma resposta imediata para as nossas dúvidas. A grande doença que está inflamando o mundo é a ansiedade. Não vivemos sem celular e, se falta sinal da operadora, entramos em pânico. Nós, bicampeões brasileiros, estávamos acostumados a energéticos gerando vários gols e uma superioridade nacional incontestável. De uma hora pra outra, acabou a nossa força muscular, como se tivéssemos ressaca ou corrido uma maratona.
O ano começou, voltamos das férias e sentimos falta da endorfina que vinha sempre com as vitórias e comemorações. Saímos do energético para um ansiolítico, tentando controlar a falta de paciência com tantos contratempos. A nossa ansiedade aumentou e somente com o indutor de vitórias chamado “LuXemburger” os jogadores voltaram a ter energia dentro de campo.
Mas isso está acontecendo em quase todos os times no Brasil. O Internacional tentou trocar a receita médica ao demitir o técnico antes do clássico com o Grêmio e o que vimos foi uma paralisia total. Acho que a dose foi forte demais. Por falar em goleada, esse resultado de 5 a 0 é bastante conhecido em terras mineiras nos últimos 10 anos. Alguém pode me lembrar por quê?
Mas estamos melhorando. Daqui a algumas rodadas, podemos pedir uma diminuição da nossa dose diária de tranquilizante. Um pouco mais adiante, talvez trocar o medicamento e voltar a tomar energéticos visando acelerar o nosso metabolismo. Aí, começará a fase boa. Nossa meta é chegar ao fim do ano com força total e sem moderadores de apetite. Precisamos ter fome de gols. Temos de chegar à última rodada com baixo teor de gordura abdominal e com muitos pontos na tabela.
Todo esse controle entre mudar o medicamento, alterar a dosagem e esperar os resultados está sendo feito pelo doutor “LuXemburgo” e sua equipe. A troca de remédio às vezes gera alguns efeitos colaterais e quase sempre os resultados demoram a aparecer. As nossas mudanças já começaram a surtir efeito.
Domingo, contra o Palmeiras, os jogadores entraram acelerados. Acho que a dosagem de informações tomada na palestra antes do jogo foi na medida certa. Não sei se a mesma receita funcionará para outros jogos, mas já estou bem feliz com a vontade de ganhar e o entrosamento do time.
Independentemente das metáforas e brincadeiras, o que estou vendo é um time renovado e vibrante. Temos ainda muitas rodadas ou dosagens a ser ministradas. Estou cada vez mais confiante de que chegaremos muito bem ao fim do ano.
1041 visitas - Fonte: superesportes