Serão destacados 519 seguranças privados para ajudar os torcedores a chegar mais rapidamente aos bares e impedir que eles saiam do anel interno para consumir a bebida no acesso às cadeiras, como ocorreu no jogo do Cruzeiro

Depois de vários tumultos em Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras, domingo, no Mineirão, a Minas Arena decidiu fazer ajustes para organizar melhor a venda de cervejas no Gigante da Pampulha. As medidas já valerão para o Atlético x Grêmio de amanhã, às 21h, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, e deverão continuar nas partidas seguintes. Dos 54 bares locais, 35 estarão em funcionamento, 25 dos quais vão vender exclusivamente a bebida. Além disso, 519 seguranças privados ajudarão os torcedores a chegar aos estabelecimentos mais rapidamente e evitar que eles bebam nas áreas de acesso às cadeiras – só poderão fazê-lo no anel interno do estádio.

Numa partida com previsão de mais de 40 mil torcedores, tudo está sendo feito para controlar o fluxo de torcedores no intervalo, sem confusões. A venda de fichas de cerveja continuará até o fim do primeiro tempo. E, em cumprimento à Lei Estadual 21.737, sancionada pelo governador Fernando Pimentel na semana passada, o torcedor poderá retirar e consumir o produto somente até o fim do intervalo.

As confusões no jogo do Cruzeiro ocorreram porque muitos torcedores tentaram desrespeitar a norma e comprar cerveja depois do prazo. Grandes filas se formaram e os bares não tiveram jeito de atender a todos. O incidente mais grave foi a danificação da porta de um dos estabelecimentos no setor amarelo inferior. “Para que a lei seja respeitada e as partidas no Mineirão continuem sendo uma grande festa, ações de orientação ao torcedor, com cartazes e vários anúncios no telão e sistema de sonorização, serão mantidos para informar constantemente o público sobre os prazos para a venda e locais permitidos para o consumo da bebida”, diz nota da Minas Arena, divulgada ontem à tarde, depois de reunião interna.

A concessionária responsável pela administração do estádio fez pesquisas de avaliação com torcedores cruzeirenses no domingo e fará o mesmo com os atleticanos.

O Ministério Público entregará hoje ação direta de inconstitucionalidade (ADIn) para ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida. O texto está sendo preparado pelo promotor de Justiça e Defesa do Consumidor, Fernando Abreu, coordenador do Procon-MG, para ser repassado ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, a quem cabe acionar o STF. O MP considera a lei ilegal por ferir o Estatuto do Torcedor (Lei 12.299/2010). O artigo 13-A prevê a proibição da entrada e permanência nas arenas com “bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência”.

VETO O governador enviou ontem à Assembleia Legislativa mensagem encaminhando o veto parcial à proposição de Lei 22.664, sobre a comercialização e o consumo de bebida alcoólica nos estádios mineiros. A norma provém do Projeto de Lei 1.334/15, do deputado Alencar da Silveira Jr (PDT), aprovado em segundo turno pelo plenário em 14 de julho. Pimentel vetou o artigo 5º, que dispõe sobre a cessão da esplanada do Mineirão, dando preferência aos feirantes que exploravam o local até junho de 2010, quando o estádio foi fechado para as obras da Copa do Mundo de 2014.