O Palmeiras até que tentou colocar água no chope do Cruzeiro, mas no dia em que a cerveja foi liberada no Mineirão, quem comemorou com uma gelada (com moderação) foi o time celeste que garantiu a vitória por 2 a 1, em jogo emocionante, com muita determinação e entrega dos jogadores celestes pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. Cheio de alternativas, corrido, tenso, o jogo foi só o primeiro aperitivo dos três encontros marcados entre os times (dois pela Copa do Brasil).

E como tudo no futebol é superdimensionado, os personagens deste jogo vivem numa linha tênue que os deixam numa gangorra entre os papeis de heróis e vilões. A gangorra do prestígio e do fracasso pende para um lado ou para o outro num piscar de olhos. No tão badalado reencontro do técnico Marcelo Oliveira com o Cruzeiro (demitido em junho), de como a torcida reagiria, do atual comandante Vandelei Luxemburgo pedindo apoio só para o time celeste, prevaleceu o amor do torcedor pelo clube e a entrega dos jogadores cruzeirenses pela instituição. Fim de papo, encerrado com dois abraços entre os treinadores antes e depois da partida.

E a estrela da vitória do Cruzeiro foi Alisson, não só marcou o gol, mas jogou bem, assim como todo o time. “Estou feliz pela vitória diante de uma grande equipe. O Cruzeiro não merece estar onde está. É o momento de buscarmos força e sequência de vitórias”.

Quanto ao jogo, Vanderlei Luxemburgo pediu ao time força ofensiva. E a resposta dos jogadores veio nos 20 primeiros minutos. O Cruzeiro tomou a iniciativa. Com velocidade, diminuiu os espaços do Palmeiras e não dava tempo para o adversário pensar. Sufocado, os palmeirenses foram obrigados a recuar.

Superior taticamente e com toques rápidos, aos 4min, em jogada pela direita, Vinícius Araújo superou Leandro Almeida, passou por Victor Ramos e tocou para o meio para a finalização de Alisson. O Cruzeiro foi premiado pela entrega dentro de campo, por procurar o jogo e pela vontade de viver melhores dias no campeonato.

Luxemburgo, que escalou a 13ª formação em sua 13ª partida à frente do Cruzeiro, teve sucesso com o rendimento da equipe. Esquema com três volantes, com o lateral Fabrício no lugar do suspenso Charles, e a improvisação do zagueiro Leo na lateral direita, já que Mayke está suspenso e Ceará, contundido, dava resultado.

O Palmeiras, que jogou com camisa amarela para comemorar os 50 anos em referência ao segundo jogo de inauguração do Mineirão, já que o time representou a Seleção Brasileira, foi envolvido pelo Cruzeiro. Fábio foi um mero espectador. O Porco só passou a incomodar a partir dos 29 minutos, quando conseguiu o primeiro escanteio. E em função do time celeste, que diminuiu o ritmo e passou a cadenciar. Com mais espaço, os palmeirenses tentaram atacar, principalmente com o Egídio. Mas não foram competentes, apenas ameaçavam diante de um Cruzeiro bem atento à marcação e mais perigoso. Tanto que aos 46min, Marinho cruzou, a bola bateu no braço de Victor Ramos: pênalti. Marinho cobrou, mas Fernando Prass pegou.

No segundo tempo, o Palmeiras voltou pressionando. O Cruzeiro recuou e apostava no contra-ataque, com perigo. Mas aos 29min, brilhou a estrela de Marcelo Oliveira que mandou Cristaldo para o jogo e ele empatou no primeiro segundo em campo, chute rasteiro. Brilhou mais a estrela de Luxemburgo que colocou De Arrascaeta e ele garantiu a vitória cruzeirense: 2 a 1.

CRUZEIRO 2 X 1 PALMEIRAS

CRUZEIRO
Fábio; Leo, Manoel, Paulo Andrée Mena (Eurico, 26 do 2º); Willians, Henrique e Fabrício; Marinho (Marquinhos, 9 do 2º), Vinícius Araújo (De Arrascaeta,19 do 2º) e Alisson
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

PALMEIRAS
Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos, Leandro Almeida e Egídio; Amaral (Cleiton Xavier, intervalo), Arouca, Rafael Marques, Robinho (Cristaldo, 28 do 2º) e Dudu; Leandro Pereira (Alecsandro, intervalo)
Técnico: Marcelo Oliveira

Estádio: Mineirão
Gols: Alisson 4 do primeiro tempo, Cristaldo 29, De Arrascaeta 37 do segundo
Cartão amarelo: Willians, Vinícius Araújo, Victor Ramos, Manoel, Lucas, Fabrício, Egídio
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio(GO)
Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva (GO/Fifa) e Bruno Raphael Pires (GO/ASP-FIFA)
Pagantes: 20.830
Renda: R$ 781.710,00