9/8/2015 12:14
Duelo pelo coração do torcedor
Diante da expectativa de homenagens da torcida ao bicampeão Marcelo Oliveira, Luxemburgo conclama o cruzeirense a apoiar apenas o seu time diante do Palmeiras, hoje, no Mineirão
Eugênio Moreira /Estado de Minas
O Cruzeiro enfrenta o Palmeiras hoje, às 16h, no Mineirão, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro, em um jogo que não é apenas mais um dos 38 da competição. Do outro lado, a Raposa terá o técnico Marcelo Oliveira, que levou a equipe ao bicampeonato brasileiro nas duas últimas temporadas. Demitido no início de junho, o treinador logo assumiu o Verdão e iniciou uma recuperação incrível na competição, interrompida apenas com a derrota para o Atlético-PR, domingo passado, no Allianz Parque. Enquanto a equipe celeste briga para se distanciar da zona de rebaixamento, o Palmeiras luta por um lugar no G4.
Há grande expectativa quanto ao comportamento do torcedor cruzeirense no reencontro com o técnico bicampeão brasileiro, mas que não havia conseguido remontar a equipe este ano, após a saída dos principais jogadores, como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Lucas Silva. Comandante celeste, Vanderlei Luxemburgo faz questão de convocar a torcida para apoiar a equipe e esquecer quem está do outro lado do túnel. “Trabalhei no Cruzeiro em 2003 e fui campeão da tríplice coroa. Depois, fui trabalhar em outros clubes e, em todas as vezes que joguei aqui, fui tratado como adversário”, compara.
“O cruzeirense tem que entender que precisamos ganhar o jogo. Espero que ele faça a sua parte, para ganharmos do Palmeiras e dos profissionais que estão lá. Espero que o torcedor tenha o discernimento de entender que é o Cruzeiro contra o Palmeiras”, completa.
O treinador celeste demonstrou que teme que a torcida, hoje, no Mineirão, penda para o lado de Marcelo Oliveira. “Que fique bem claro isso aí: a torcida tem de torcer contra o Palmeiras. Ninguém vai tirar do Luxemburgo a tríplice coroa (como também não vai tirar o bicampeonato do Marcelo Oliveira), mas, quando estiver dirigindo outro time, sou adversário.”
Para Luxemburgo, estão dando mais importância aos treinadores do que ao jogo em si. “É mais um grande clássico do Campeonato Brasileiro. A gente em busca de afirmação, de um momento melhor, e o Palmeiras já na parte de cima da tabela. Não podemos colocar uma situação diferente, porque o clássico por si só já é diferente”, define.
Durante a semana, ele trabalhou muito taticamente com a equipe que vai começar jogando. O esquema com três volantes, adotado contra o Sport, será mantido, com o lateral Fabrício no lugar do suspenso Charles – outra mudança é a improvisação do zagueiro Leo na lateral direita, já que Mayke está suspenso e Ceará, contundido. “O time está encorpando, não só como equipe, mas como grupo, que está identificando minha maneira de trabalhar, o comprometimento. Há uma série de situações que estão evoluindo.”
Luxemburgo, no entanto, admite que o time precisa mostrar mais força ofensiva. “Precisamos atacar de forma um pouco mais contundente. O Palmeiras tem jogadores velozes, contragolpes. O trabalho tático que fizemos foi muito específico. O Palmeiras é um time de qualidade com grandes jogadores, de velocidade e qualidade técnica”, avalia o técnico celeste.
DESCONHECIDO
O atacante Marinho é o único jogador que não trabalhou com Marcelo Oliveira na Toca da Raposa (Vinícius Araújo chegou agora, mas participou da campanha de 2013), mas não se considera uma “arma secreta” para o jogo de hoje. “Hoje, no futebol, todo mundo pesquisa, vê jogo. Nada se esconde. O Marcelo pesquisa os jogadores que não conhece”, justifica.
Marinho marcou apenas um gol com a camisa celeste, em sua estreia contra o Atlético-PR. Ele admite que está devendo: “A gente se cobra muito também. Atacante tem de viver de gols, mas acredito que tanto eu quanto meus companheiros estamos tranquilos, mostrando a cada partida muito empenho. Espero que possa balançar a rede contra o Palmeiras”.
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