Marcelo Oliveira elogiou atuação do Cruzeiro na vitória diante do São Paulo (Foto: Vinnicius Silva)
O técnico Marcelo Oliveira destacou a forma como o Cruzeiro conseguiu a classificação para as quartas de final da Libertadores, após vencer o São Paulo, por 1 a 0, no tempo normal, e levar a melhor na disputa de pênaltis (4 a 3), nesta quarta-feira, no Mineirão. Para o treinador, o que foi fundamental para o time obter a vaga foi a forma como se portou em campo, diferentemente das últimas apresentações.
- Na verdade, foi uma classificação de forma exuberante, um jogo impecável. A gente vem de atuações um pouco irregulares. Iríamos enfrentar um adversário que vinha jogando muito bem, que tem uma belíssima equipe, um time muito técnico e organizado. Precisávamos dar uma resposta, surpreender, nos superarmos e sermos organizados, ao mesmo tempo. Não é só a classificação, mas da forma como ela foi conseguida. Com o time muito equilibrado, dando poucas chances ao adversário, criando. O futebol, hoje, além da parte tática e técnica, está muito dependente da parte emocional e também da parte física. O São Paulo teve chances de fazer mais gols no Morumbi e não fez. Aqui (no Mineirão), fizemos um jogo mais intenso, vencemos e nos classificamos nos pênaltis.
O técnico cruzeirense disse que, apesar de o time ter criado várias oportunidades e mostrado muita força ofensiva, principalmente pelo fato de jogar em casa, havia uma preocupação para não sofrer um gol, já que o regulamento da Libertadores usa o tento como visitante como critério de desempate.
- Esse tipo de regulamento é traiçoeiro. Às vezes você está atacando muito, faz o gol, mas o adversário faz um gol e você precisa fazer três, e complica muito. Achei que foi tudo dentro do contexto, jogadores muito concentrados, o que nos deu a condição da classificação. Foi emocionante para o torcedor, e nos fortalece e nos estimula a continuar trabalhando. Não duvidar nunca do trabalho e da honestidade de que se tem no Cruzeiro.
Marcelo Oliveira diz segurar a pressão no Cruzeiro para não afetar o rendimento do time (Foto: Paulo Fonseca/EFE)
Questionado se ficou incomodado com alguma crítica que recebeu no intervalo entre o jogo do Morumbi, quando o Cruzeiro não esteve bem e perdeu por 1 a 0, e a partida desta quarta-feira, Marcelo disse que releva as cobranças, principalmente aquelas que são mal intencionadas, e tenta fazer de tudo para que a pressão não contagie os jogadores.
- Não dá para ser técnico no Brasil e ficar preocupado com essas situações. Funciona dessa forma, não é um privilégio meu, nem do Felipão, nem do Muricy, que foi tricampeão brasileiro, nem de ninguém. Funciona assim. Quando as coisas estão bem reguladas, o time está ganhando, e os resultados são bons (tem apoio); quando não tem, eventualmente surgem as críticas, que às vezes são construtivas, e poucas delas são de perseguição mesmo, e essas a gente ignora, porque conhece as pessoas também. Então, tenho que concentrar no trabalho, procurar acertar o time. Essa foi a maior dificuldade que tivemos até então, porque mudou muito nesse tempo, jogadores machucaram, como Alisson e Dedé, por exemplo. Sou um profissional que cumpro o meu dever e que faço isso com muita lealdade e com muita intensidade.
Por fim, o treinador lembrou que nem sempre é possível conseguir as vitórias e os objetivos, e citou exemplos de dois gigantes do futebol mundial, Bayern e Real Madrid, que fazem investimentos altos em atletas de diversas partes do mundo, e que foram eliminados da Liga dos Campeões da Europa.
- Os resultados, às vezes, vão vir, às vezes não. Vocês perceberam, o Bayern de Munique perdeu, o Real Madrid perdeu a classificação em casa, com jogadores pinçados em todo o mundo. É assim que funciona o futebol. Se eu ficar preocupado, eu transmito isso para os jogadores. Estou feliz no Cruzeiro, estamos fortalecidos com a classificação, mas ciente de que tem muita coisa pela frente e que precisamos melhorar.
Jogadores do Cruzeiro comemoram classificação às quartas de final da Libertadores 2015 (Foto: Paulo Fonseca/EFE)