13/5/2015 22:24
Nas mãos de Fábio: Cruzeiro vence a terceira disputa por pênaltis na história da Libertadores
Coincidentemente, as duas vitórias anteriores da Raposa ocorreram no título de 1997
Fábio mergulho duas vezes no canto esquerdo para defender pênaltis e garantir vaga do Cruzeiro
Na véspera do jogo contra o São Paulo, Fábio concedeu entrevista coletiva na Toca da Raposa II e disse que, se necessário, estaria preparado para uma disputa de pênaltis. “Vou tentar fazer o meu melhor para tentar ao menos uma defesa”, avisou o jogador. Na noite desta quarta-feira, o goleiro cruzeirense foi além. Pegou as cobranças de Luís Fabiano e Lucão e ajudou a equipe a conquistar a classificação sofrida na marca da cal. Depois de vitória por 1 a 0 no tempo normal, a Raposa brilhou nas penalidades e triunfou por 4 a 3. Na ida, o tricolor havia levado a melhor, no Morumbi, por 1 a 0.
A boa participação de Fábio ajudou o Cruzeiro a conquistar sua terceira vitória em disputas por pênaltis na história da Copa Libertadores. Coincidentemente, as outras duas ocorreram justamente em 1997, ano do bicampeonato continental. Nas oitavas de final, a Raposa foi derrotada pelo El Nacional, no Equador, por 2 a 1. Na partida de volta, no Mineirão, o clube celeste venceu pelo mesmo placar. Nos pênaltis, vitória celeste por 5 a 3. Já na semifinal, contra o Colo-Colo, triunfo na primeira partida, em Belo Horizonte, por 1 a 0, e derrota por 3 a 2, em Santiago. Nas penalidades, o Cruzeiro derrotou os chilenos, por 4 a 1, e se classificou para a final, sendo campeão ao superar o Sporting Cristal, do Peru.
A atuação decisiva de Fábio fez o Cruzeiro esquecer os dramas vividos contra Palmeiras, em 2001, e Deportivo de Cali, em 2004. Diante dos paulistas, há 14 anos, o clube celeste empatou na ida por 3 a 3 e na volta por 2 a 2, perdendo nos pênaltis por 4 a 3 em pleno Mineirão. Já no duelo com a equipe colombiana, a Raposa caiu também em Belo Horizonte sem ao menos marcar um gol: derrota por 3 a 0. No tempo normal, revés na Colômbia, por 1 a 0, e triunfo no Gigante da Pampulha, por 2 a 1.
Perto de ser o jogador que mais vestiu a camisa estrelada – completou 627 partidas nesta quarta-feira, seis a menos que Zé Carlos, volante das décadas de 60 e 70 –, Fábio, até então, tinha participado apenas de uma disputa por pênaltis pelo Cruzeiro. Em 2006, não teve sorte diante do Santos, no Mineirão, pela Copa Sul-Americana. Depois de vencer o Peixe, por 1 a 0, a Raposa caiu no tiro de 11 metros, por 4 a 3.
Mas, nesta quarta-feira – nove anos depois da primeira disputa por pênaltis –, o goleiro caiu duas vezes no canto esquerdo para pegar as finalizações de Luís Fabiano e Lucão. Ele também teve sorte ao ver Souza finalizar por cima.
“Entreguei na mão de Deus, orei para que ele pudesse me capacitar e me direcionar da forma que ele me desejasse. E glória a Deus eu pude proporcionar essa alegria ao nosso torcedor”, comemorou o camisa 1 cruzeirense, responsável por "salvar a pele" dos colegas Leandro Damião e Manoel, que desperdiçaram suas respectivas tentativas.
A atuação de Fábio não se resume apenas aos pênaltis. Na partida de ida, o São Paulo poderia ter vencido por diferença muito maior de gols, mas graças ao camisa 1 do Cruzeiro, responsável por fazer ótimas defesas, a equipe paulistana fez apenas 1 a 0. Nas mãos de um de seus maiores ídolos, a Raposa avança na competição continental e mantém o sonho do tricampeonato da Libertadores. A próxima batalha será contra Boca Juniors ou River Plate.
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