Postura defensiva fora de casa em mata-mata não é novidade para a torcida cruzeirense nos últimos anos

Uma derrota para o São Paulo no Morumbi em um mata-mata de Libertadores por um placar simples não é nenhuma tragédia, é fato. Mas, o que incomoda o torcedor do Cruzeiro nessa situação é a postura que o time apresentou nessa quarta-feira. Assim como em outros jogos de mata-mata fora de casa, a equipe foi facilmente envolvida pelo adversário e não conseguiu jogar.

No fim do duelo contra o Tricolor, o técnico Marcelo Oliveira garantiu que a postura defensiva não foi uma estratégia, mas sim uma imposição adversário. "Não é absolutamente uma orientação, não é absolutamente um conceito de jogo fora. Naturalmente, mata-mata, se você leva hoje um empate, com tudo que aconteceu, certamente o São Paulo estaria lamentando e nós teríamos uma chance muito maior. Talvez seja uma imposição do adversário”, analisou.

Segundo o treinador, o Cruzeiro impôs aos rivais essa mesma condição nos últimos anos, como mandante. “Por que as equipes vão a Belo Horizonte e, na maioria desses dois anos que estamos lá comandando o Cruzeiro, jogam acuadas? Por que o goleiro demora a bater o tiro de meta, o Cruzeiro pressiona tanto e cria tantas jogadas? Porque o fator casa tem um poder, a torcida jogando a favor contagia, empurra o time, e jogando aqui ou fora, hoje ficou bem caracterizado isso, o São Paulo é muito forte aqui contra qualquer equipe, não só contra o Cruzeiro”.

Filme repetido

Não é a primeira vez que o Cruzeiro fica acuado em um mata-mata jogando como visitante. Começou em 2013. No primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro, o clube celeste foi envolvido pelo Atlético e levou 3 a 0 no Independência. Mesmo antes da expulsão de Bruno Rodrigo, a Raposa não conseguiu jogar. Na Copa do Brasil daquele ano, o time ainda foi eliminado pelo Flamengo no Maracanã, em partida em que abdicou de atacar.

No ano passado, o clube celeste adotou uma postura competitiva contra o Atlético, no primeiro jogo da final do Mineiro, em que empatou em 0 a 0 no Horto, e também contra o Cerro Porteño, quando buscou a vitória fora de casa. Já nas quartas de final contra o San Lorenzo, o time novamente se intimidou e pouco mostrou em Buenos Aires.

Na decisão da Copa do Brasil, contra o Atlético, o Cruzeiro foi facilmente batido no Independência por 2 a 0. Naquela ocasião, o clube também ofereceu pouca resistência dentro de casa, no jogo da volta, no Mineirão.