Valdir Barbosa reafirmou acusações contra presidente da FMF (Foto: Washington Alves)
O imbróglio envolvendo a Federação Mineira de Futebol (FMF) e o Cruzeiro teve mais um capítulo nesta sexta-feira. Após o presidente da FMF, Castellar Neto, notificar extrajudicialmente o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, o gerente de futebol, Valdir Barbosa, e um dos responsáveis pelo programa de sócio-torcedor do Cruzeiro, Bernardo Mota, exigindo uma retratação sobre atitudes e declarações durante o período de jogos das semifinais entre Cruzeiro e Atlético-MG, pelo Campeonato Mineiro, o clube celeste respondeu. Os dirigentes da Raposa emitiram uma contra-notificação, informando que não vão se retratar e reafirmando as acusações contra a entidade.
Trecho da contra-notificação do Cruzeiro ao presidente da FMF (Foto: Reprodução)
Durante entrevista coletiva, Valdir Barbosa reafirmou que a Federação estaria favorecendo o clube adversário. Ele também destaca que “o pai do presidente da FMF ocupa cargo diretivo no Clube Atlético Mineiro, além do próprio presidente ser advogado pessoal do ex-presidente do clube, Alexandre Kalil, em ação movida contra o ora notificado Valdir Barbosa”. O dirigente afirma que o Cruzeiro vai manter e sustentar as queixas em relação ao comportamento de Castellar nos últimos dias.
- Sustentamos. Estamos indignados com as coisas que aconteceram. A notificação extrajudicial feita pelo presidente da FMF não nos pega de surpresa. Algumas coisas que foram feitas e faladas até agora são piores do que isso. A resposta está sendo feita e já está pronta pelo nosso departamento jurídico. Creio que hoje (sexta) à tarde o presidente da FMF já terá em mãos a resposta do Cruzeiro.
Trecho da contra-notificação do Cruzeiro ao presidente da FMF (Foto: Reprodução)
Na semana passada, descontentes com a data dos jogos das semifinais e a negativa no pedido de antecipação de um dos jogos, Gilvan de Pinho Tavares e Valdir Barbosa chegaram a dizer que a "Federação Mineira de Futebol é comandada por torcedores do Atlético-MG" entre outras acusações. Na última segunda-feira, Castellar notificou a direção do Cruzeiro exigindo a retratação e responsabilizado a direção do time celeste por incitar atos contra ele. De acordo com o documento, assinado pelo presidente da FMF, a documentação extrajudicial será entregue ao Ministério Público de Minas Gerais e às Polícias Militar e Civil. Segundo o comunicado, caso os citados não se retratassem, os cruzeirenses seriam inclusos no artigo 243-D do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em "incitar publicamente o ódio ou a violência", sob pena de multa de de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão pelo prazo de 360 a 370 dias trezentos e sessenta a setecentos e vinte dias.
Além disso, segundo o CBJD, "quando a manifestação for feita por meio da imprensa, rádio, televisão, Internet ou qualquer meio eletrônico, ou for praticada dentro ou nas proximidades da praça desportiva em que for realizada a partida, prova ou equivalente, o infrator poderá sofrer, além da suspensão pelo prazo de trezentos e sessenta a setecentos e vinte dias, pena de multa entre R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e R$ 100.000,00 (cem mil reais)". Os citados também poderiam ser inclusos no artigo 41-B do estatuto do torcedor que fala em "promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos", sob pena de reclusão de um a dois anos e multa.
Protesto na FMF
Nesta sexta-feira, a portaria da Federação Mineira de Futebol amanheceu com fotos de Castellar Neto, com camisa do Atlético-MG, afixadas na entrada. Não se sabe quem foi o autor do protesto. A assessoria de comunicação da FMF não vai se pronunciar sobre o assunto, mas informou que as imagens já foram retiradas, no início da manhã.