Reprodução/TvCruzeiro

Nesta semana, o presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Dr. Gilvan de Pinho Tavares, e o gerente de futebol da Raposa, Valdir Barbosa, receberam uma notificação extrajudicial do Presidente da Federação Mineira de Futebol, Castellar Modesto Guimarães Neto, a cerca dos últimos acontecimentos que envolveram as três partes.

Após o treino da manhã desta sexta-feira, Valdir Barbosa concedeu entrevista coletiva na Toca da Raposa II e se pronunciou sobre o assunto. Segue abaixo, na íntegra, as declarações do profissional do Departamento de Futebol do tetracampeão brasileiro.

A notificação e a resposta

“É uma notificação extrajudicial que foi feita pelo presidente da FMF, Castellar Guimarães. É um fato que não nos pega de surpresa, tendo em vista as coisas que foram feitas e faladas até agora. A resposta já está pronta e já foi feita pelo nosso Departamento Jurídico, pelo Dr. Fabiano e pelo Sérgio Santos Rodrigues. Esse documento é registrado em cartório e a partir disso se torna público. Acredito que hoje à tarde o presidente FMF já terá em mãos a resposta do Cruzeiro. A gente não pode antecipá-la até que ele tenha esse documento e, se ele quiser, depois pode torná-la pública. Mas, independentemente disso, como já disse, se entrou no cartório, já é coisa pública.”

Posicionamento da diretoria celeste

“Sustentamos o nosso descontentamento. Estamos indignados com algumas coisas que aconteceram e eu irei relatar uma que aconteceu domingo, no Mineirão. No dia, o presidente da FMF pediu a um funcionário da entidade que convidasse o Marcone Barbosa para ir até o camarote da FMF. Chegando lá, ele (Castellar) disse que estaria dando uma ordem para que se limpasse ou terminasse todo o trabalho de marketing que o Cruzeiro preparou para o jogo. O Marcone respondeu: ‘olha presidente, tenho uma autorização da Federação para esse trabalho, assinada pelo Senhor e neste momento é quase impossível paralisamos todas as nossas ações, porque ficaria uma coisa sem explicação’. Depois de um diálogo, ele (Castellar) aceitou que, naquele domingo, continuasse o trabalho, mas que, a partir de então, nos próximos anos de sua gestão, não daria nenhuma concessão ao Cruzeiro, além daquilo que fosse de lei e que estivesse no regulamento. O Marcone, como todos vocês conhecem, é um cara tranquilo e ponderou, dizendo que não era momento para aquele tipo de conversa. Na sequência, ele (Castellar) falou: ‘então eu quero que vocês mandem o funcionário de marketing, Bernardo Mota, embora’. Isso porque, no sábado, eles se encontraram em um casamento e o Bernardo, como é cruzeirense, o chamou de ‘franga’ por três vezes, dizendo: ‘você é franga, é franga, é franga’. Ele (Castellar) não gostou e queria que o nosso funcionário fosse demitido. O Bernardo não foi e não será demitido por esse motivo. Então, o Marcone disse: ‘olha, não dá para demitir um funcionário dessa forma’. Logo, o presidente da FMF, com o dedo apontado, disse: ‘então, você vai tomar no (...), vai tomar no (...) , é para ir tomar no (...)’. Depois disso o Marcone falou: ‘presidente, não dá para conversar. Vou embora’. Mas ele (Castellar) se postou diante da porta, impedindo que o Marcone deixasse o camarote da FMF. Isso o presidente da FMF não relata em nada que ele escreve e em nada que ele fala.”

Relação da Raposa com o presidente da FMF

“Vamos ver como vai ser. Não posso dizer nem que sim e nem que não, porque depende dele (Castellar). Se ele falou, mas vamos se ele vai cumprir ou tentar cumprir, não sei. Às vezes o próprio presidente da Federação pega trechos de entrevistas e recorta, para dizer que a gente falou isso ou aquilo, sendo que não é verdade. É bom que ele saiba que eu tenho todas as gravações dos programas, das matérias de sites que falaram daquela reunião na FMF sobre o clássico. Tenho tudo gravado. Então não adianta recortar pedacinhos de entrevista para tentar nos colocar em situação delicada. Irei repetir aquilo que já havia dito: o presidente da Federação está se tornando um homem público e terá que responder a questionamentos de pessoas, como o presidente Gilvan e nós todos que trabalhamos com futebol, inclusive vocês repórteres, que também são questionados quando fazem uma matéria que agrade ou não determinado Clube. Nós todos somos pressionados e ele tem sim que responder, seja no Mineirão, dentro da Federação, no shopping, no restaurante e nos bares, como nós todos respondemos. Deputados, governadores, professores, jornalistas e dirigentes de clubes respondem. Então, se ele quer ser dirigente de futebol, terá que responder também. Isso não é jogar o povo contra uma pessoa. Responder é dever do homem público.”

“Algum dia eu cheguei aqui para vocês (repórteres) e disse que a insatisfação do torcedor cruzeirense com a diretoria, a revolta dele em algumas situações, quando o Clube está mal ou quando se vende um jogador, aconteceram por causa das notícias veiculadas por vocês, seja falando mal de mim ou do Cruzeiro? Eu acho que eu nunca vim aqui falar isso com vocês, porque a gente tem que saber conviver no meio que a gente vive, no meio que a gente trabalha. Existem irresponsabilidades e existem críticas e comentários. Eu não cometi nenhum ato irresponsável, apenas disse que qualquer pessoa pública tem que dar satisfação à sociedade”

Marcação da semifinal

“A gente tem falado apenas do presidente da Federação Mineira de Futebol, Castellar Guimarães, mas um outro nome, que também faz parte do grupo é Paulo Bracks, que é atleticano confesso. Todos podem comprovar isso através das redes sociais, mesmo depois de muitas coisas terem sido tirados do ar. Foi ele a pessoa que me disse que o segundo jogo da semifinal seria sábado, ele me confirmou isso. Na marcação do primeiro jogo, ele me falou: ‘Valdir, tem que haver um sacrifício nesta primeira partida e alguém vai ser prejudicado. Te garanto que a segunda partida será sábado e não haverá nenhuma problema para o Cruzeiro’. Estou aguardando o jogo ser sábado...”