21/4/2015 23:08
Correria e vibração: ingredientes para noite de brilho de Willian no Mineirão
Atacante abre o placar frente ao Universitario e diminui pressão sobre o Cruzeiro. Jogador revela pedidos de Ceará e apoio a Mayke para duelo decisivo na Libertadores
Mayke superou a desconfiança da torcida cruzando para o primeiro gol do Cruzeiro (Foto: EFE)
O empate se arrastava até os 35 minutos da etapa inicial e ia tirando a tranquilidade da torcida do Cruzeiro. Em campo, o nervosismo também ia ganhando espaço, o que ficava visível pelo excesso de cruzamentos para a área, a maioria deles com muita força ou sem direção. Mayke, bem mais acionado que Mena, obviamente tinha o aproveitamento pior e começava, mesmo que timidamente, a ser vaiado. Até então, as melhores chances haviam sido com Arrascaeta e Willian, que por muito pouco não marcaram.
Nem mesmo a vitória do Mineros sobre o Huracán, na Venezuela, que classificava o Cruzeiro mesmo com o empate, aliviava a tensão. Mas, aos 37 minutos, veio o desafogo, justamente com o atacante do “bigode”, e em jogada do lateral-direito. Ele aproveitou cruzamento de Mayke, dominou no peito e soltou a bomba de perna esquerda para vencer Olivares. A jogada, que vinha sendo contestada pelo torcedor, teve os pés do lateral, a frieza de Willian e as palavras de Ceará, que mesmo em recuperação de uma cirurgia, mostrou-se importante para o grupo.
- Eu avisei ao Mayke que os cruzamentos estavam fortes, e vi que torcida estava chiando. Na hora eu pedi para eles (torcedores) acompanharem e falei que na próxima ele ia acertar. A gente tem que apoiar sempre o companheiro. O Ceará falou isso antes do jogo, para a gente acreditar sempre no companheiro, e se unir. Essa é diferença que tem que ter dentro de campo.
Mas esta não foi a única diferença. Logo depois do gol, o camisa 25 vibrou muito, chamou o torcedor e depois abraçou o técnico Marcelo Oliveira, gesto repetido por quase todos os outros atletas, titulares ou reservas. Willian, que já havia recuperado uma bola quase perdida, entrado em divididas, e até separado um início de tumulto envolvendo Henrique Dourado e os zagueiros rivais, explicou o que havia mudado no Cruzeiro que entrou em campo com a faca nos dentes nessa derradeira rodada.
- Acho que é uma das coisas que a gente tinha que melhorar. Impor essa vibração, jogando com inteligência, até porque dependíamos da vitória, e, ao mesmo tempo, com espírito de luta. Quando tivemos a bola conseguimos criar.
Substituído aos 31 minutos por causa do cansaço devido à maratona de jogos, Willian saiu de campo ovacionado, afinal, a equipe já vencia por 2 a 0 e tinha vaga praticamente assegurada nas oitavas de final da Taça Libertadores. O adversário será conhecido no fim da noite desta quarta-feira.
987 visitas - Fonte: Globo Esporte