O elenco do Cruzeiro está diante de uma verdadeira maratona de jogos. Pouco mais de 48 após ter empatado com o Atlético-MG na primeira partida pelas semifinais do Campeonato Mineiro, a Raposa enfrentou nesta terça-feira o Huracán, em Buenos Aires, pela Taça Libertadores da América. Mais do que a derrota por 3 a 1 para os argentinos o que preocupa a comissão técnica celeste é o desgaste físico. Para diminuir o risco de desfalques por lesão diante da agenda apertada, o fisiologista Eduardo Pimenta explicou em entrevista ao programa "Seleção SporTV" como é feito o planejamento cruzeirense.
- É uma medida multi parâmetros, na verdade é um procedimento muito comum nos clubes brasileiros. Avaliamos o desgaste muscular desse atleta agregado a outros fatores metabólicos. Em função do intervalo muito reduzido entre os jogos, intervalo de 48 horas, torna-se necessário uma avaliação um pouco mais criteriosa para saber se o atleta tem condições ou não de jogar. Depois da avaliação esses dados são repassados à comissão técnica, e a partir de um conjunto de fatores toma-se a decisão. O principal é evitar uma lesão maior, que afastaria o jogador de dois, três ou quatro jogos - disse Pimenta.
Após derrota para o Huracán, Cruzeiro precisa voltar as atenções para o Campeonato Mineiro (Foto: Juan Roncoroni/EFE
Por vezes a precaução do fisiologista esbarra na necessidade da escalação de um jogador importante, apesar do desgaste constatado. Nestes casos, toda a comissão técnica, o atleta e os profissionais médicos assumem a responsabilidade.
- Nós abraçamos a ideia do treinador, do Marcelo, e realmente esse risco faz parte do futebol. Como eu disse, aumenta muito a chance desse atleta apresentar uma lesão muscular. Mas em função de demanda tática, técnica ou objetivos o clube e a comissão toda assume esse risco junto do atleta nesse processo todo - garante.
Eduardo Pimenta revela que a decisão de barrar um jogador por temor de uma futura lesão não é fácil. Porém deixa claro que é melhor poupar um atleta por um jogo a perdê-lo por um problema físico por duas partidas ou mais.
- Não é fácil. Mas é uma rotina usual nos clubes, mas os atletas já estão acostumados e entendem a importância disso. Eu prefiro tirar um atleta de um jogo, ou de parte de um jogo, a perdê-lo dois a três jogos pela frente. Então até para a estrutura tática, ou manutenção, esse trabalho de prevenção é importante. Como eu disse, o clube trabalha com todos os departamentos e um só objetivo. Então quando toma-se uma atitude, é uma atitude pensada por todos - afirma o fisiologista.
Logo após a partida contra o Huracán, o Cruzeiro embarcou de volta para Belo Horizonte onde começa a se preparar para a segunda partida contra o Atlético-MG. O jogo de volta pelas semifinais do Campeonato Mineiro ocorre domingo, no Mineirão, às 16h.