Depois de um clássico desgastante e de um encontro inusitado com a delegação rival no Aeroporto de Confins, o Cruzeiro finalmente desembarcou em Buenos Aires na madrugada desta segunda-feira. Com assédio de apenas três torcedores, após um voo tranquilo regado a descontração e jogo de cartas entre os jogadores, a única baixa foi o atacante camaronês Joel. Ainda sem a cidadania brasileira e sem o visto de entrada no país hermano, o jogador não conseguiu a liberação e teve que voltar ao Brasil. O Cruzeiro, por meio de seu diretor de comunicação, Guilherme Mendes, explicou a situação, mas fez questão de demonstrar o espanto por parte do clube.
- A empresa que dá suporte ao Cruzeiro está cuidando do retorno do jogador. Já viemos dezenas de vezes atuar aqui e nunca exigiram visto de nossos jogadores e nem dos estrangeiros que defenderam o Cruzeiro. Na Libertadores desse ano já jogamos na Bolívia e na Venezuela e não foi exigido nenhum tipo de visto. O Joel não tem a cidadania (brasileira) – explicou.
O gerente de futebol, Valdir Barbosa, e o supervisor de futebol, Benecy Queiroz, tentaram, em vão, conseguir a liberação para o jogador entrar no país. Sem Joel, Marcelo Oliveira terá à disposição 21 jogadores para a partida desta terça-feira, frente ao Huracán. A Raposa treina no palco da partida na noite desta segunda.
CANETAS PARA ARRASCAETA
Sem ter nada a ver com o transtorno provocado pelo caso de Joel, três torcedores acompanharam a chegada da delegação. O mais empolgado era o estudante de medicina Gregori Roger Dias, radicado há cinco anos em Buenos Aires, mas fanático pela Raposa. Munido de várias canetas, ele só queria entregá-las ao uruguaio Arrascaeta, em alusão ao drible dado em Josué no início da jogada do gol de empate, no clássico desse domingo disputado no Independência.
- Eu trouxe algumas canetas. Porque eu, que estou morando fora, tenho visto a crise no Brasil e me disseram que está um pouco grave. Então, como o Arrascaeta tem deixado tanta caneta pelo caminho, vou tentar repor um pouco do estoque dele para que não falte, porque vamos precisar mesmo é de agora em diante – provocou.
Apesar da empolgação com a brincadeira, Gregori só conseguiu entregar algumas canetas a Gabriel Xavier, já que assim como Josué e Jemerson, o torcedor foi “driblado” pelo camisa 10 e não conseguiu encontrá-lo durante o desembarque.