10/4/2015 18:41
Julgamento do "caso Fabrício" será no dia 23 e fica para depois da semifinal
Lateral-esquerdo corre risco de pegar gancho de até 12 jogos, enquanto Inter pode perder mando de campo antes de uma eventual decisão do Campeonato Gaúcho
Fabrício se enervou e acabou fora do Inter (Foto: Edu Andrade/Agência Estado)
Embora Fabrício já tenha sido apresentado oficialmente como jogador do Cruzeiro, as repercussões do surto contra o Ypiranga-RS, em 1º de abril, quando brigou com a torcida do Inter e lançou a camisa no chão seguem. Nesta sexta-feira, o TJD-RS confirmou julgamentos do atleta, por ofender a torcida, e do clube gaúcho, por injúria racial contra o lateral-esquerdo, para 23 de abril, às 17h. A data é antes de uma eventual que o Colorado possa participar - há risco de perda de mando.
Os dois episódios, na verdade, estão intercalados. Tudo começou na quarta-feira de 1º de abril, aos 18 minutos do segundo tempo de Inter x Ypiranga, pelo Gauchão. Fabrício se enervou com vaias e passou a fazer gestos obscenos em direção à torcida, em novo gesto de destempero do camisa 6. Acabou expulso e, ao deixar o gramado, recebeu mais apupos perto do túnel de acesso ao vestiário, em imagem que rodou o mundo. Depois, surgiu a suspeita de que alguns torcedores ofenderam o lateral com palavras de cunho racista.
Fabrício foi denunciado no artigo 258-A por "provocar o público durante partida, prova ou equivalente". Como a denúncia fora feita duas vezes, o lateral pode pegar gancho de até 12 partidas, que só seriam cumpridos no Gauchão. Já o Inter foi denunciado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência". A multa pode ir de R$ 100 a R$ 100 mil.
A perda de mando de campo não tem pena máxima, mas, de acordo com o procurador Alberto Franco, não deve passar de uma partida, caso o clube seja punido. Um torcedor foi identificado proferindo supostas ofensas.Vinícius Paixão, todavia, negou que tivesse dito a palavra "macaco". Depois, o procurador Alberto Franco disse que usaria um depoimento de um jornalista para fazer a denúncia. Acabou desistindo e denunciando por meio de imagens de televisão. Ao se apresentar ao Cruzeiro, seu novo clube, Fabrício negou que tivesse ouvido injúrias raciais da torcida.
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