Zagueiro Léo, do Cruzeiro, visita a sede do projeto social Compaixão (Foto: Arquivo pessoal)
Uma das principais funções de um zagueiro é evitar que os adversários tenham oportunidades. Porém, um jogador desta posição tem se empenhado justamente em fazer o contrário. Não com os adversários, mas sim com crianças e adolescentes. O zagueiro Léo, do Cruzeiro, tem contribuído para que crianças do Aglomerado da Serra tenham a chance de crescer e buscar alternativas de futuro. Ele é padrinho do Projeto Compaixão, uma organização não governamental, cristã, situada na região sul capital mineira. O objetivo da ONG é ajudar na formação da crianças através de aulas de reforço, informática, inglês, artes, esportes, música e profissionalização de jovens e adultos.
Convidado pela idealizadora do projeto no início do ano, Bebel Quinlam, o zagueiro conta como surgiu a oportunidade de fazer parte do Compaixão.
- Tive alguns encontros com ela em alguns eventos. Ela comentou comigo, e eu disse que era apaixonado com essas coisas. Pude visitar o projeto, que tem uma boa intenção, e comecei a me envolver, fazer parte.
Para o zagueiro, o envolvimento nesse tipo de projeto é um processo de muita reciprocidade. Ao conhecer a realidade das crianças, ele amadureceu. Léo se considera privilegiado por poder ajudar.
- Sinto uma alegria muito grande de poder fazê-las sorrir. Às vezes, você vai lá para auxiliar de alguma maneira e acaba sendo ajudado, de ver uma certa realidade, ouvir algumas historias que você nunca imaginou. Isso nos faz crescer e amadurecer em relação à vida. Gosto de estar com as crianças, de poder ajudar. É um privilegio meu poder ajudar outras pessoas.
Um dos jogadores mais antigos do elenco do Cruzeiro e titular do time comandado por Marcelo Oliveira, Léo inspira muitas crianças a sonharem com uma carreira bem sucedida no esporte. Para ele, algo importantíssimo, já que cria novas perspectivas para as crianças.
- Hoje em dia, muitas crianças gostam de futebol. Muitos meninos perguntam como é que faz para fazer teste e entrar para um time. É importante utilizar nossa fama como atleta para estimular as crianças a terem disciplina, esperança de ter a possibilidade de sair de uma situação difícil e poder vencer obstáculos.
Sem fins lucrativos, a ONG conta com parceiros e doadores para prestar auxílio às crianças. Mas o zagueiro aproveita para lembrar que a ajuda muitas vezes não precisa ser financeira.
- É importante poder ajudar, seja da maneira que for, não somente financeiramente, Às vezes uma visita, participando, com uma atenção especial. Tem pessoas que vão e usam seus dons voluntariamente, como artistas, professores, educadores físicos, que ajudam na escolinha de futebol. Infelizmente, não é um espaço muito grande, mas o coração da administradora é bem aberto, de poder ajudar, abrir mão do tempo e da sua vida para poder ajudar pessoas.
Os elogios não são via de mão única e são retribuídos por Bebel Quinlan, que conta como a visita do zagueiro ao projeto foi positiva para a instituição.
- Ele gosta muito dessa área. Nossos papos sempre eram sobre isso. Ele que me ligou umas três vezes, quem correu atrás para ir lá foi ele. Ele é para mim uma resposta de oração. Quando ele foi lá foi incrível. Até o olhar da comunidade depois que o Léo esteve lá mudou. Algumas pessoas que não tinham contato passaram a ter. A vinda dele trouxe até mais voluntários e parcerias com outras instituições que também fazem trabalhos como o nosso. A credibilidade que ele tem abre portas, e precisamos de parcerias porque podemos fazer muito mais.
Zagueiro também participou de projeto em Porto Alegre, quando atuou pelo Grêmio (Foto: Arquivo pessoal)
O projeto em Belo Horizonte não é o primeiro apoiado pelo jogador. No período em que esteve no Grêmio, Léo também se envolveu no Aspirantes de Cristo, grupo que trabalha com famílias carentes e jovens em situações de risco social. O companheiro de time, o volante Tinga, também faz parte do projeto. Ele iniciou o vínculo quando era jogador do Internacional.
- Já tenho um (projeto) em Porto Alegre, que tem dado bons frutos e crescido bastante. Ele é voltado para ajudar as crianças também, é no morro Santana, em Porto Alegre.