Paulo André é o mais novo candidato a batedor de faltas do Cruzeiro (Foto: Marcos Fialho/Ag. Estado)

O Cruzeiro teve, ao longo dos anos, vários batedores de falta que marcaram a história do clube. Em 1976, cobrando falta, Joãozinho fez o gol da vitória sobre o River Plate, por 3 a 2, na final da Libertadores. Da mesma forma, Giovanni foi o responsável pelo título da Copa do Brasil de 2000, sobre o São Paulo, no Mineirão. Nelinho e Alex também deixam saudades na torcida quando se fala neste assunto. O último gol de falta do Cruzeiro foi em novembro do ano passado, quando o lateral Egídio, hoje no Palmeiras, venceu Jefferson, do Botafogo, na vitória por 2 a 1 da Raposa sobre o time carioca.

O baixo número de gols de falta em 2013 e 2014 e a ausência completa em 2015 está incomodando o técnico Marcelo Oliveira, que durante a última semana chegou a falar sobre o assunto. Na ocasião, ele citou o meia Marcos Vinícius como possível solução para o problema.

- É um problema que temos desde 2013. Fizemos pouquíssimos gols de falta, embora com duas campanhas excelentes. Mas as jogadas eram construídas em bola de movimentação, escanteios, bolas aéreas. No último jogo fiquei mais cuidadoso, pois não só não tínhamos a bola frontal, como também erramos cruzamentos. E me irrita muito o jogador não conseguir meter a bola na aérea. Às vezes a bola sai baixa e não era jogada ensaiada, mas sim porque cobramos mal. São fundamentos que estamos trabalhando e precisamos melhorar. E o cobrador de falta frontal tem que aliar o dom do jogador com o bom treinamento. Acho que até o Marcos Vinícius, se treinar bem, pode assumir essa função.

Após o treino dessa sexta-feira, na Toca da Raposa II, o técnico cruzeirense, como faz costumeiramente, treinou faltas com os jogadores. A surpresa foi o bom aproveitamento do zagueiro Paulo André, que nem era cotado como batedor, mas fez pelo menos três lindas cobranças. Marcelo gostou do que viu e disse que o zagueiro pode cobrar faltas nos jogos se mantiver o ótimo desempenho dos treinos.

- Foi uma grata surpresa. Ele chegou discretamente, pedindo para bater e foi o melhor aproveitamento. Disse a ele que não tenho preconceito. Se ele estiver bem e neste sábado voltar a bater bem, pode bater na hora do jogo. Já aconteceu isso em outras épocas. De repente, a gente tem um ótimo batedor e não sabe disso.

O uruguaio Arrascaeta também vem tendo bom índice de aproveitamento nos treinos, apesar de não estar tendo sucesso nas partidas. O meia, no entanto, continua treinando e não desiste das faltas.

- Creio que tenho que praticar para acertar o gol, mas obviamente não é fácil – disse Arrascaeta.

O Cruzeiro joga às 16h (de Brasília) deste domingo, contra o Tombense, no Mineirão. Além da expectativa de terminar a primeira fase do Campeonato Mineiro na liderança, os cruzeirenses que forem ao estádio irão torcer para que Paulo André e Arrascaeta acertem a pontaria nas cobranças de faltas. Seria o fim do tabu que já dura mais de cinco meses e, quem sabe, eles comecem a escrever seus nomes na história do clube, ao lado de figuras especiais como Joãozinho, Nelinho, Giovanni e Alex.