Marquinhos vai se firmando pelo Cruzeiro (Foto: Ramon Bitencourt/ LANCE!press)

Nada acontece com facilidade na vida do atacante Marquinhos. Virar jogador, ir para o Cruzeiro, se tornar titular: conquistas que foram alcançadas na garra e “correria”. Se sua força está no físico, à fisiologia confirma ao LANCE! que o jogador está bem.

O L! apurou que Marquinhos está entre os três jogadores que mais correm em campo durante as partidas. E para qualquer torcedor que acompanha as partidas celestes consegue perceber com clareza a boa vontade do atleta, em momentos ele está no ataque, rapidamente aparece na defesa e ultimamente tem ajudado na saída de bola entre os volantes.

- A gente procura sempre trabalhar para estar bem dentro de campo. O mais importante é estar à disposição do treinador, independentemente da posição. Às vezes ele pede para recuar um pouco, mas isso eu faço nos treinamentos. Isso é bom para nós e espero sempre estar apto a jogar – destacou.

Foi justamente essa boa vontade de Marquinhos que o colocou no time titular. O jovem chegou ao Cruzeiro em 2014, contra a opinião de Marcelo Oliveira – que não gostaria da contratação para ter “mais um jogador” – e criticou a diretoria.

O tempo, no entanto, passa. E bastou poucos jogos para ele assumir a posição. Na época, Marquinhos começou na vaga de Dagoberto, que estava contundido. A posição, entretanto, passou a ser dele, que aliava velocidade, técnica e obediência tática.

Para deixar Dagoberto no banco ele contou com o apoio de Marcelo Oliveira, que o criticou meses antes. Segundo o treinador, o experiente atacante não conseguia mais cumprir a função tática, recompor e apoiar.

- Sempre procuro respeitar a formação tática, sempre procuro no dia a dia para ajudar a equipe. Estou cumprindo ordens e faço o que o treinador pede – finalizou.

Por suas qualidades, Marquinhos tem se tornado fundamental nesta temporada. Ele é titular absoluto do técnico Marcelo Oliveira e cumpre suas obrigações táticas. Para entrevista coletiva na Toca da Raposa II, em Belo Horizonte, ele também foi correndo, “sempre que sou chamado venho rápido”, mas se mostrou cansado.

Do chup-chup ao título brasileiro

Ver Dagoberto no banco de reservas e Marquinhos no time titular assustava alguns. Não quem conhecia o jovem atacante cruzeirense. Para chegar ao Cruzeiro, o atleta ralou bastante para conseguir a vaga na ponta do campo.

Antes de ser jogador de futebol, com passagens por Palmeiras, Flamengo e Vitória, além do título brasileiro sendo titular do Cruzeiro, Marquinhos foi vendedor de chup-chup.

- É verdade, quando eu ia para a escola, chegava em casa e minha mãe já estava com o geladinho no isopor pra eu vender. Eu falar que ia vender, mas quando chegava na rua deixava lá e ia jogar bola. Eu falava com ela que não conseguia vender, mas na verdade estava era largado.

Às vezes meus amigos ficavam tomando conta, mas na verdade estavam chupando o sacolé – lembrou.

Até chegar ao sucesso, Marquinhos passou por vários problemas. Ele conta como foi.

- (Minha história) é meio triste e meio feliz. Por tudo o que passei. Queria desistir de jogar bola, mas com a força dos meus pais e amigos estou aqui. Pensei em desistir quando perdi meu irmão, depois perdi o outro. Mas ergui a cabeça e com ajuda dos meus pais continuei meu trabalho e agora dou alegria para eles – concluiu.