Fotos:Cruzeiro/Divulgação

Imagine o Cruzeiro Esporte Clube sem Raul Plassmann. E também sem a mística camisa amarela, sem o precursor de grandes goleiros do Clube, sem a fábula de um arqueiro que jamais tomou gol de pênalti no Mineirão. Não há como imaginar. O talento de Raul foi nos presenteado com todos estes fatos que se misturam a história do Maior Clube de futebol de Minas Gerais, e um dos maiores do Brasil.

Neste sábado, Raul completa 70 anos de vida. Treze deles dedicados ao Cruzeiro, isso como jogador, porque atualmente o saudoso goleiro tem a função de Coordenador Técnico da Categoria de Base do Clube Celeste.

Durante a semana, a torcida cruzeirense prestou homenagens ao seu ídolo. Raul participou de uma confraternização de um grupo de apaixonados pelo Cruzeiro e pode ver de perto o quanto é importante para toda a Nação Azul.

“A torcida cruzeirense é a melhor companhia, o melhor time do Brasil, e caminhando para mais um titulo, o momento é especial para mim, não poderia ser melhor. São treze anos de Cruzeiro como jogador. Temos títulos, temos número de jogos, mas o mais importante é que depois de trinta anos que parei de jogar futebol sou lembrado pelo torcedor cruzeirense que tem esse reconhecimento e a alegria de estar comigo aqui presente. É mais uma conquista, então todos os dias da minha vida, sempre que estou diante de um torcedor, recebo um presente que é o reconhecimento por tudo que fiz”, disse Raul.

Ao longo de todo o seu trajeto com a camisa cinco estrelas, Raul viveu muitas emoções. A maioria delas de forma positiva. O arqueiro conquistou inúmeros campeonatos mineiros, Brasileiro e o principal deles, a Taça Libertadores da América. Porém um fato jamais vai sair da memória do ex-jogador, seu primeiro jogo pelo Cruzeiro Esporte Clube.

“O Momento mais especial da minha carreira foi o primeiro dia que pisei no gramado do Mineirão com a camisa estrelada. Foi marcante, claro que existiram outros, como o jogo contra o Bayern de Munique, as várias vitórias em cima do rival, tudo isso foi muito importante, mas a primeira entrada no Mineirão, com 100 mil pessoas, jamais vou esquecer” confidenciou.


A principal marca do ídolo celeste é a famosa camisa amarela. Cor que hoje é bastante usada pelo Clube e que simboliza uma história cercada de glórias. Mas o que muitos desconhecem é que tudo aconteceu por acaso.

“Não foi planejado, foi tudo espontâneo. Não existiam fábricas de material esportivo naquela época e a camisa do goleiro Tonho, que substitui, era muito pequena, devido à sua estatura. Peguei um moletom emprestado com o lateral Neco, cortei uma tira de esparadrapo, fiz o número um e entrei em campo. O responsável pela permanência da camisa amarela foi o presidente Felício Brandi, que gostou muito. Ele achou que deu sorte porque nesse primeiro jogo, o centroavante do Atlético Mineiro bateu para fora o pênalti e partida terminou 0 x 0. Depois do fato, Felício(Brandi) mandou fazer dez camisas amarelas. Joguei mais em função dele do que por vontade própria. Ela me acompanhou muito bem, era um amarelo ouro, cor da sorte” disse o ídolo.

No começo deste ano, o Cruzeiro fez uma homenagem ao eterno ídolo no lançamento do seu uniforme de 2014. Neste evento, Raul recebeu das mãos do goleiro Fábio a famosa camisa amarela com o número 70 às costas.

“O Cruzeiro usa a cor amarela na marca do Clube, mas não foi uma coisa minha, é uma marca da instituição agora. Sobre o Fabio só tenho a dizer que ele é meu ídolo, um goleiraço. É meu amigo, um cara que respeito muito. Admiro toda a trajetória dele, alias é uma tradição no Cruzeiro ter ótimos goleiros como Gomes, Dida” opinou Raul.

Sobre a atual fase da Raposa, o saudoso camisa um é convicto em afirmar que o Clube tem a melhor estrutura do Brasil e é o grande favorito a conquistar o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, tudo isso devido ao ótimo trabalho feito pelos dirigentes, em todas as áreas do Maior de Minas.

“O maior adversário do Cruzeiro esse ano é ele mesmo, tudo indica que o Clube irá conquistar títulos nesse ano. Isso é fruto de uma organização e estrutura. Sou o coordenador técnico da base do Cruzeiro, e desde o ano passado até agora, colocamos onze jogadores das divisões de base no profissional do Clube. Atletas como Mayke, Lucas Silva, Wallace, Vinicius Araújo, Eurico, Alisson, Alex e vários outros importantes, então esse é o objetivo da base. Nem precisamos ganhar titulo, o mais importante é revelar jogadores para o profissional. A melhor estrutura de base do Brasil ajuda o melhor time do Brasil.