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25/9/2014 13:53

Ex-craque de ABC e Cruzeiro aposta em vitória alvinegra na Copa do Brasil

Campeão pelo ABC em 83 e 84, Dedé de Dora foi destaque no Cruzeiro de 85; apesar da superioridade do Raposa, ex-jogador acredita na classificação potiguar

Ex-craque de ABC e Cruzeiro aposta em vitória alvinegra na Copa do Brasil
Dedé de Dora e o time do ABC, em 1984; ele é o 2º agachado (esquerda pra direita) (Foto: Arquivo pessoal/Cedida)

De menino do interior a ídolo dos dois maiores clubes do Rio Grande do Norte e destaque em um dos maiores times do Brasil, José Gomes de Medeiros ficou conhecido como Dedé de Dora. Com a sua canhota potente e seus passes quase sempre certeiros, ele foi campeão potiguar por ABC e América-RN nas décadas de 80 e 90. Mas foi no Alvinegro que o meia-atacante realizou o seu sonho de garoto. Revelado nos torneios de bairros de Currais Novos, onde nasceu e cresceu, o filho da Dona Doralice estreou como profissional no time da cidade, distante 185 km de Natal, para depois brilhar no ABC, com passagem curta e marcante pelo Cruzeiro, além de levantar quatro taças pelo Mecão poucos anos depois. Uma torção no joelho direito chegou a interromper sua carreira nos gramados por mais de um ano e, no fim, foi um dos motivos que o levou a pendurar as chuteiras atuando pelo seu time do coração, em 1994. Ao lado da esposa Glória, que acompanhou toda sua trajetória, Dedé hoje tem 53 anos, é pai de dois filhos e coordenador técnico de uma escolinha de futebol, parte de um projeto social no interior do estado.

Com cerca de 80 gols na carreira, Dedé admite que os melhores momentos de sua vida foram vividos quando defendia as camisas do ABC e do Cruzeiro. Bicampeão com o alvinegro potiguar em 1983 e 1984, o craque, então com 24 anos, foi emprestado para o time mineiro, e com apenas seis meses com a camisa da Raposa no Campeonato Brasileiro, Dedé já era um dos queridinhos da torcida celeste. Ele lembra que, por onde passava, tinha torcedor pedindo autógrafo. Em supermercados e restaurantes, confessa que nunca precisou pagar uma conta na capital mineira.

Dentro de poucos dias, duas de suas paixões estarão em campo se enfrentando pelas quartas de final da Copa do Brasil. De um lado o ABC, de tantas alegrias e títulos, do sonho de criança, sua primeira e última casa - que, inclusive, há quatro anos prestou uma homenagem ao jogador. Do outro, estará o Cruzeiro, que o projetou e o deu visibilidade no cenário nacional.

Apesar do favoritismo da equipe mineira, Dedé garante que o coração fala mais forte e sua torcida será toda para o ABC.

- Eu realizei um sonho de garoto no ABC. Além de realizar esse sonho, fui campeão, me tornei ídolo do clube. Será muito difícil para o ABC porque o Cruzeiro tem um grupo muito forte, e isso está provado em números, mas eu torço sempre pelo

futebol do Rio Grande do Norte e acredito que o ABC pode, sim, se classificar. Se conseguir um empate em Belo Horizonte, basta uma vitória magrinha em Natal, por 1 a 0. Minha torcida é do ABC - afirma.

No Cruzeiro, Dedé disputou 14 jogos e marcou seis gols, sendo cinco pelo Brasileirão. As vítimas, lembra com carinho, foram Palmeiras, Guarani, Coritiba e Santa Cruz. Como curiosidade, sua estreia ocorreu no mesmo em que o argentino Alejandro Sabella atuou pela primeira vez pelo Grêmio. Sabella, que foi técnico da seleção da Argentina vice-campeã da Copa do Mundo de 2014, havia custado 170 mil dólares, na época, contratado junto ao Estudiantes. Deste jogo, realizado no Mineirão, ficou um registro da Revista Placar, guardado até hoje por Dedé de Dora.

Após a eliminação do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro de 1985, Dedé retornou ao ABC em agosto do mesmo ano devido a um impasse na negociação entre os dois clubes. O Alvinegro pedia 120 milhões de cruzeiros (moeda da época), mas a Raposa ofereceu menos da metade da quantia estipulada e, por esse motivo, Dedé voltou para Natal, onde um ano mais tarde seria contratado pelo rival América-RN.

- Teve até quebra-quebra na sede do clube no dia em que eu fui embora do Cruzeiro. Lembro de torcedor se jogando no chão do aeroporto pedindo para eu não sair. Foram só seis meses, mas consegui mostrar meu futebol e conquistei o respeito e o carinho da torcida - lembra Dedé, que acabou doando para fãs e familiares todas as camisas que guardava de recordação do time mineiro.

Dedé se considera um pioneiro e acredita ter deixado um legado para o futebol do seu estado: as portas abertas do Cruzeiro para jogadores potiguares. Depois do meia-atacante, o lateral-esquerdo Nonato, campeão da Taça Libertadores em 1997 e bi da Copa do Brasil, em 1991 e 1996; o meia Sandro, campeão da Tríplice Coroa em 2003; e o atacante Wallyson, artilheiro da Copa Libertadores de 2011, também vestiram a camisa celeste com destaque.

Cruzeiro e ABC começam a decidir uma vaga nas semifinais da Copa do Brasil na quarta-feira, dia 1º de outubro. O primeiro jogo será no Mineirão, em Belo Horizonte, às 19h30. A classificação será definida no dia 15 de outubro, na Arena das Dunas, em Natal.


Dedé de Dora e Sabella estrearam juntos no jogo entre Cruzeiro x Grêmio (Foto: Arquivo pessoal)

3465 visitas - Fonte: Globo Esporte




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