Torcedor precisou de atendimento médico durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético, no Mineirão
Diferentemente do que foi informado nessa segunda-feira, a Polícia Militar (PM) voltou atrás e admitiu que utilizou bombas de efeito moral para “conter o princípio de tumulto” entre as torcidas no domingo, no interior do Mineirão, durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético. Em entrevista ao Superesportes, o coronel Ricardo Garcia Machado, do Batalhão de Eventos da PM, disse que se reuniu com sua equipe e recebeu a nova informação.
Granadas de efeito moral foram encontradas pelo repórter cinematográfico Leandro Pacheco, da TV Globo
“Hoje me reuni com minha equipe e realmente utilizamos bomba de efeito moral durante o jogo. Foi necessário utilizar perto da divisão das torcidas, para conter um princípio de tumulto”, esclareceu o coronel Machado.
O comandante do Batalhão de Eventos ainda solicitou imagens ao Centro de Controle do estádio para legitimar depoimentos de oficiais da PM, que garantem ter visto rojões arremessados pelas facções Galoucura, do Atlético, e Pavilhão Independente, do Cruzeiro.
“Meus oficiais que estavam na torcida informaram que artefatos explosivos foram jogados das duas torcidas. Carece de uma apuração melhor dos fatos. Mas a informação que posso te dar, hoje, é de que os artefatos partiram de ambas as torcidas”, reforçou o comandante.
Durante o clássico, apenas os atleticanos tiveram artefatos explosivos aprendidos pelos militares. Em nota, a Pavilhão Independente, citada na súmula do jogo pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique, negou a autoria dos disparos e alegou que o relato policial tem como objetivo prejudicar o Cruzeiro.
Se for comprovada a autoria dos arremessos de rojões por parte das duas torcidas nos vídeos do Centro de Controle do Mineirão, os dois clubes poderão ser denunciados pela procuradoria do STJD e, eventualmente, perder mandos de campo no Campeonato Brasileiro. O procurador Paulo Schmidt confirmou à reportagem que se baseará em imagens, e não em versões, para promover as denúncias.
Baseada nos vídeos, a Polícia Militar produzirá um relatório completo acerca dos incidentes no estádio e o repassará ao Ministério Público, que tomará as medidas cabíveis para punir os envolvidos. “Eu pedi as imagens ao Centro de Controle, mas ainda não recebi. Se realmente tiver, vamos utilizá-las para fazer um relatório que entregarei ao Ministério Público”, concluiu coronel Machado.
No domingo, a Minas Arena, concessionária responsável pela administração do Mineirão, chegou a informar que os arremessos de rojões partiram apenas dos atleticanos. Nessa segunda-feira, entretanto, a operadora retificou seu posicionamento e seguiu a versão dos oficiais da PM, dando conta de que as duas torcidas proveram disparos.
Bombas e agressões verbais entre as torcidas no Mineirão
Torcedores não se importaram com a presença da PM, jogaram bombas e se envolveram em mais confusão