O "maestro" Fubá comanda a torcida do Cruzeiro no clássico no Mineirão (Foto: Reprodução SporTV)
A camisa amarela no meio do mar azul no Mineirão no último domingo dava a certeza: Fubá estava de volta às arquibancadas do estádio em dia de jogo do Cruzeiro. Sempre, claro, de costas para o campo e de frente para sua maior paixão. E o retorno foi exatamente contra o rival Atlético-MG, um ano após o torcedor símbolo da Raposa ser agredido e ficar entre a vida e a morte. Apesar da tristeza com o resultado final do jogo, Fubá mostrava alegria por retomar a fazer aquilo que ama há 23 anos.
- Após um ano, eu estou voltando. Dá aquele friozinho na barriga e aquela emoção por voltar a fazer aquilo que você mais gosta, que é incentivar a torcida. Se contar, nos 23 anos de Mineirão, o máximo que devo ter visto foram uns 20 gols. De vez em quando, eu dou uma olhadinha para o campo, mas a minha intenção é estar de frente para a torcida, para os torcedores que estão lá, para passar garra e não deixar a peteca cair - comentou Fubá.
Apesa de pertencer a uma torcida organizada do Cruzeiro, o "maestro" não é de briga. E foi justamente por ter sido agredido há um ano e ter três costelas quebradas, que Fubá se afastou dos estádios. Em seu retorno, o "ídolo da torcida" trouxe alegria não apenas para as arquibancadas do Mineirão, mas também para aqueles que trabalham com o time durante décadas.
- O Fubá é uma figura familiar. Eu já tenho 18 anos na cobertura do Cruzeiro e quando você olha no estádio, já vê aquele colorido especial diferente. E é bacana quando você vê aquele torcedor que é apaixonado, que faz com amor, que faz com carinho - disse o radialista Artur Moraes.
O folclórico torcedor volta ao Mineirão nos braços dos cruzeirenses (Foto: Reprodução SporTV)
Nos 23 anos que leva o amarelo para o meio do mar azul nos jogos do Cruzeiro, Fubá acompanhou o time conquistando inúmeros títulos. Entre eles, o tetracampeonato da Copa do Brasil (1993, 1996, 2000 e 2013), dois títulos brasileiros (2003 e 2013) e a Libertadores da América, em 1997. Apesar de tantas emoções e gols que levaram os cruzeirenses à loucura, o folclórico torcedor só se queixa de não ter visto um gol. Em 1998, contra a Portuguesa, Alex Alves marcava de letra.
- Um jogo que estava lotado o Mineirão (mais de 90 mil), Cruzeiro 3 x 1 Portuguesa, no Brasileirão de 1998, foi um gol de letra do Alex Alves, que Deus o tenha. Foi um gol que eu queria ver, que todo mundo falou que foi um golaço e só depois que eu fui ver - revelou Fubá.
No Campeonato Brasileiro de 2014, o Cruzeiro ainda faz mais sete jogos no Mineirão. E se o título ainda não está confirmado, resta a certeza que Fubá estará lá acompanhando a equipe. Sempre, claro, de costas para o campo e de frente para a torcida.