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26/6/2014 08:30

Técnico do Chile conta com auxílio de profissional do Cruzeiro para buscar vaga

Andre Batista faz parte de equipe que mapeia os movimentos dos adversários. No próximo sábado, chilenos jogam a vida contra o Brasil nas oitavas de final da Copa

Técnico do Chile conta com auxílio de profissional do Cruzeiro para buscar vaga
Andre Batista, profissional do Cruzeiro, pesta serviços ao Chile durante o período da Copa
(Foto: Tarcísio Badaró )


O mundo inteiro conhece bem Neymar. Mas poucos têm tanto interesse em conhecê-lo quanto Jorge Sampaoli. Os planos do técnico do Chile de superar o Brasil, neste sábado, no Mineirão, e chegar às quartas de final da Copa do Mundo passam necessariamente pela capacidade chilena de parar o camisa 10 da seleção brasileira. E para superar Neymar e o Brasil, o argentino que comanda a Roja tem o apoio de um brasileiro. Ele é Andre Batista, auxiliar de tecnologia esportiva do Cruzeiro, mas que, durante a Copa, participa da equipe de análise de desempenho na comissão técnica do Chile. Um grupo de cinco profissionais que, entre outras coisas, mapeia os adversários e seus movimentos para tentar auxiliar de alguma forma a missão de Sampaoli e seus comandados.

Um brasileiro a serviço do Chile. Chamá-lo de espião é exagero, mas o tipo de função exercida por André junto à equipe de vídeos é bem parecida. Analisar a própria equipe e os adversários, seus principais jogadores, movimentos, estatísticas, pontos forte e fracos. André Batista, 30 anos, iniciou a carreira nos Estados Unidos, onde se formou, em Gerenciamento de Esportes. Voltou ao Brasil em 2009 e trabalhou no América-MG antes de chegar ao Cruzeiro. O convite da seleção chilena ocorreu após um convívio no ano passado, quando o Chile de Sampaoli ficou na Toca da Raposa II se preparando para o amistoso que terminou empatado por 2 a 2 com o Brasil, no Mineirão.

- Fiquei uma semana com o pessoal deles na Toca da Raposa II, exercendo minha função, mas ajudando com o necessário. Mantive contato com o Felipe Flores, que é um excelente profissional deles. Eles fazem um acompanhamento de todos os atletas deles, e há chilenos jogando no Brasil. Às vezes, era um pouco difícil para eles conseguir o material dos jogos. Eles pediam para mim, e eu mandava. Antes da Copa, ele me chamou para vivenciar a Copa do Mundo com eles. Tem sido uma experiência muito boa.


Felipe Flores e André Batista: chileno convidou o brasileiro (Foto: Reprodução / Instagram)

O Chile leva a sério esse tipo de trabalho. Na Toca da Raposa II, instalaram andaimes ao lado do campo para filmar os treinos comandados por Sampaoli. A utilização do material levantado por André e seus companheiros é recorrente.

- Eles fazem muitas reuniões, passam bastante material para os caras. Todo o tempo. Esse material é muito usado pelo Sampaoli.
Há treinadores que não usam tanto, outros usam muito. No Cruzeiro tenho a felicidade de trabalhar com uma excelente comissão técnica, que me dá possibilidade de aprofundar no trabalho, e eles usam bastante. No caso do Chile, sem entrar muito em detalhe, a comissão técnica usa bastante. São cinco pessoas analisando todos os jogos para não passar nada despercebido.

André é um auxiliar na equipe do Chile. Participa da decupagem do material e da produção de informações, mas não está em contato direto com o técnico e os jogadores. Contudo, só a presença dele já surpreende.

Uma das várias características do já caricato Jorge Sampaoli é a desconfiança. Durante a Copa do Mundo, a seleção chilena tem se marcado por um hermetismo mais comum dos argentinos. Pouco acesso para a imprensa; nenhum contato com torcedores, e cuidado tão raçudo quanto o time chileno para não haver vazamento de informações. Os funcionários da Toca da Raposa II têm que manter uma distância de cerca de 50 metros do campo de treinamento quando os jogadores estiverem em campo. O jornalista chileno que fotografou um treino fechado teve a autorização de entrada aos treinos ameaçada. Nem mesmo o exército brasileiro pôde ter proximidade, por conta do receio de um espião.

A surpresa com a presença de um brasileiro na preparação chilena é correspondido pelo receio de André em dar entrevistas. Durante toda a conversa com o GloboEsporte.com, não dar detalhes foi uma tônica. À revelia disso, a impressão que o brasileiro criou a partir do contato com Sampaoli foi a melhor possível.

- A impressão dele é a melhor. Uma pessoa muito séria na hora do trabalho, muito correta. O trabalho está encantando muitas pessoas, chamando atenção. Como pessoa, até vejo diferente da imagem de campo. Ele é uma pessoa tranquila. Eu não vi, fora do campo, ele nervoso ou tenso. Normal. Gosta de fazer as coisas dele, já vi ele jogando pebolim com o Sebastian. Trata todos com muito respeito.

Segundo André, o profissionalismo falará mais alto que o coração de torcedor. Por isso, torcerá para o Chile neste sábado. E torcer para o Chile pode ser muito útil. Afinal, nem mesmo o trabalho minucioso de observação é capaz de superar o talento. Ele mesmo sabe que não há vídeo ou estatística capaz de parar o craque como Neymar em um dia inspirado.

- Muito difícil. É imprevisível, é um jogador fora de série. Mas tem que estar atento, tem que estudar o jogo dele e diminuir qualquer espaço. Mas o problema não é só ele, são onze problemas. Tem que estar atento ao todo.

2706 visitas - Fonte: Globo Esporte




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