Com a bola nos pés, Arrascaeta mostra técnica, desenvoltura e inteligência para atuar. Fora de campo, o jogador deixa o protagonismo de lado, já que é mais tímido e com grande influência familiar. Apesar da aparente discrição, o meia uruguaio do Cruzeiro tem hobbys que podem ser considerados diferentes para um jogador de futebol. Ele tem grande paixão por cavalos. Arrascaeta gosta da criação de animais, além de assistir corridas, muito por influência do pai, que foi jóquei. O automobilismo é outro esporte com o qual o jogador se identifica. Em pouco mais de um mês em Belo Horizonte, ele tratou de conhecer um kartódromo na capital mineira. Com relação à mãe, Maria Victoria Benedetti, o meia carrega uma tatuagem em homenagem a Virgem Maria, que segundo ele, o protege.
Em um bate-papo com o GloboEsporte.com, De Arrascaeta falou sobre a paixão por cavalos, o estilo de vida e a intenção de marcar na pele uma possível conquista da Libertadores. O jogador também mostra que sofre influência da nova terra, mas sem esquecer os costumes uruguaios. Algo que ele não abre mão é a convivência com cavalos, costume herdado do pai.
- Sim, minha família toda por parte de pai criava cavalos. Eles também corriam. Então, desde pequeno, convivi com os cavalos e agora tenho muita vontade de estar com eles.
A relação com os animais é tão grande que o primeiro nome do jogador, Giorgián, é uma homenagem a um cavalo da sorte do pai. Mas nem com tamanha identificação, Arrascaeta se arrisca no lombo do animal. O jogador curte mesmo é assistir corridas.
- Eu não gosto tanto de andar a cavalo. Gosto mais de assistir corridas, criá-los, cuidar, ter cavalos. Inclusive, tenho um cavalo no Uruguai que é de corrida, mas eu mesmo não me arrisco.
Apesar de respirar futebol todos os dias, o meia também reserva um tempo para acompanhar outro tipo de corrida. E desta ele faz questão de participar.
- Gosto de esportes radicais. Quando cheguei em Belo Horizonte fui com minha namorada andar de kart. O automobilismo também me interessa muito.
Homenagem à mãe, e quem sabe, a si mesmo
No braço direito, uma tatuagem chama atenção. A Virgem Maria representa a fé que o jogador carrega consigo. Arrascaeta explica que a arte marcada na pele também é uma forma de homenagear a mãe, Maria Victoria Benedetti.
- Tenho comigo tatuado uma Virgem, que representa minha mãe, além do fato de crer em Deus. Ela vai comigo em todos os lugares e assim fico mais tranquilo.
Esta é única tatuagem de Arrascaeta, mas o jogador já tem uma ideia do que pode marcar na pele, desta vez, sem influência dos pais. O título da Libertadores pelo Cruzeiro pode virar uma lembrança que ele carregará pelo resto da vida.
- Sim, pode ser. Se acontecer vai ser muito marcante
Mistura do Brasil com o Uruguai
Com muita paciência para aprender e falar melhor o português, o jogador tem se mostrado adaptado à capital mineira. Apesar de carregar sempre o mate, bebida típica uruguaia, e não abrir mão da picanha, Arrascaeta já foi apresentado ao pão de queijo e ao sertanejo brasileiro.
- Pão mineiro, pão de queijo e tem também a picanha daqui que eu não tinha provado e é muito saborosa. Eu gosto também de música uruguaia, grupos como Gucci, Manama, mas os jogadores já me mostraram um pouco de música brasileira, o sertanejo.
Apresentado ao ritmo musical pelos companheiros, o uruguaio espera que outro som seja ouvido o quanto antes: o grito de gol das arquibancadas. Com três jogos pelo Cruzeiro, ele ainda não balançou as redes. A nova chance será diante da torcida, nesta terça-feira, no Mineirão, às 22h (de Brasília) contra o Huracán, da Argentina. É somente o segundo jogo do time no Grupo 3 da Libertadores, mas já faz parte da caminhada rumo ao sonho da Raposa do tricampeonato da competição. O título ainda é um esboço, mas quem sabe o meia Arrascaeta não tenha que reservar um lugar na pele para tatuador a conquista tão desejada.