Delegado Flávio Braga apoiou iniciativa da diretoria do Cruzeiro de se precaver contra atos preconceituosos
Mediante a possibilidade de torcedores infiltrados invadirem o jogo do Cruzeiro nesta quinta-feira para proferir palavras de origem racista contra os jogadores do Bahia, a diretoria celeste decidiu agir e organizou uma campanha com faixas e mensagens no telão do Mineirão. O boato foi espalhado em redes sociais e o torcedor que veio ao estádio aprovou a ideia para combater os possíveis incidentes.
O delegado Flávio Braga comentou a decisão celeste. “O que eu penso a respeito dessa atitude da diretoria do Cruzeiro é que é um ato válido. Nós temos que coibir a violência e atos racistas, e demonstrar que somos um povo pacífico. O objetivo de vir ao estádio é para torcer”, disse à reportagem.
Amanda Friche torce pelo fim do racismo
Um ponto destacado pelo delegado e torcedor cruzeirense é que incidentes desse tipo podem ter outros desdobramentos.
“Infelizmente, não temos leis específicas para punir o clube, apenas o torcedor. Muitas pessoas confundem, pois o torcedor não responde por racismo, mas por injúria racial, que é um crime mais brando e com penas alternativas. Começou com o Grêmio e acho que vai servir de exemplo para evitar manifestações desse sentido”, completou Braga.
Os estudantes Humberto Leal e Amanda Friche gostaram da mobilização feita pelo clube e acreditam que o medo de ser prejudicado nas competições fará com que equipes brasileiras e torcedores se conscientizem e monitorem os crimes de injúria racial.
“Eu acho um absurdo. Sinceramente, atrapalha até os jogadores em campo. Essa mobilização está unindo a torcida para o racismo acabar. O clube, assim como os torcedores culpados, deve ser penalizado. A gente tem que acabar com isso (racismo). É ruim para todos”, comentou Amanda.
Acompanhado de duas crianças, o empresário Reginaldo Pena lamentou que incidentes como o ocorrido com o goleiro Aranha, do Santos, no jogo contra o Grêmio, ainda aconteçam no Brasil.
“Minha opinião é que não precisava, pois não havia ocorrer essa diferença, como vinhos aquela situação com o Aranha. Mas, pelo lado do Cruzeiro, é válido. Isso evita de o clube ser prejudicado”, frisou.
Faixa exibida pelo Cruzeiro no Mineirão no intuito de conscientizar os torcedores sobre racismo