Paulo Galvão /Estado de Minas


Maior ídolo do Cruzeiro nos últimos 10 anos e terceiro jogador que mais defendeu o clube, com 574 partidas, o goleiro Fábio já começa a pensar no adeus. Perto de completar 34 anos, em 30 de setembro, ele diz que estará preparado caso decida parar de jogar ou deixe a Toca da Raposa II depois de 30 de abril de 2016, quando se encerra o atual contrato com a Raposa.

“A gente pensa (sobre o futuro), mas quem determina é Deus. Tenho pensamento já bem encaminhado, bem elaborado. Se for da vontade de Deus que eu pare em 2016, estarei satisfeito com meu trabalho”, disse o camisa 1, que assinou o compromisso vigente em 8 de fevereiro de 2011.

Fábio já havia passado pelo clube celeste no início de carreira, mas pouco jogou e se transferiu para o Vasco, voltando apenas no início de 2005. Desde então, se tornou titular, protagonista e ídolo da torcida por suas boas defesas. Faltava um grande título com a camisa azul, que conquistou no ano passado, ao ser campeão brasileiro.

Ainda há tempo para mais, como a sonhada Libertadores, mas ele vê seu ciclo quase completo no tricampeão brasileiro. “É um período muito longo, são coisas que a gente tem que pensar a cada dia que vai se aproximando o término do contrato. Já pensava (nessas coisas) quando assinei a renovação com o Cruzeiro até 2016. Nesse período, já planejava parar depois do término do contrato, mas estou trabalhando e só Deus vai determinar se devo parar ou não.”

Apesar de toda a idolatria e identificação com o Cruzeiro, o goleiro não descarta defender outra equipe a partir de 2016. “É muito difícil falar (sobre a possibilidade de defender outra equipe), tenho minha vida toda no Cruzeiro. Sabemos que a cada ano são situações diferentes e você tem que ser realista e analisar cada uma delas da melhor forma possível. Daqui a pouco mais de um ano estarei livre para assinar pré-contrato com outra equipe, se eu quiser sair. Tudo pode acontecer. O importante é Deus direcionar e eu ter essa paz”, declarou.

Como ainda há tempo para definir o futuro, como pensa a própria diretoria celeste, ele se concentra no jogo com o Criciúma, amanhã, às 18h30, no interior catarinense, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para Fábio, a Raposa deve seguir buscando as vitórias, mesmo longe de casa. “Independentemente das dificuldades, precisamos vencer. É assim que vamos seguir na liderança.”

Apoio da torcida para seguir na ponta da classificação não vai faltar. Ontem, o clube ultrapassou 60 mil sócios-torcedores. A marca redonda foi batida pela recém-nascida Gabriela, filha de um casal de torcedores.

ADVERSÁRIO Punido pela 2ª Comissão Disciplinar do STJD por escalar o atacante Cristiano contra o Goiás, pela segunda rodada do Brasileiro, o Criciúma conseguiu, no Pleno do Tribunal, recuperar os três pontos que havia perdido. Assim, a equipe catarinense vai a 15 pontos e se distancia um pouco da zona de rebaixamento.


Três perguntas para

Ricardo Goulart

Você vê o Cruzeiro deste ano mais forte que o do ano passado? Por quê?
Acho que estamos mais fortes, sim. O grupo foi mantido e o entrosamento é maior. Além disso, os jogadores que chegaram deram conta do recado e também têm nos ajudado muito. Temos um elenco muito forte, o que é importante no Brasil, onde temos muitos jogos e a temporada é longa.

Como está sendo esta fase “artilheiro do Campeonato Brasileiro”? Há ciúme dos outros atacantes?
Não existe ciúme. O mais importante é que o Cruzeiro vença seus jogos, independentemente de quem faça os gols. Hoje sou o artilheiro do time, mas amanhã pode ser outro e o empenho será o mesmo. Posso fazer um bom jogo, mas sem dar passe ou fazer gol. O importante é manter a regularidade.

Você espera estar na lista dos convocados por Dunga para a Seleção dia 19? Acha que é o momento de se transferir para o exterior? O futebol dos EUA, onde joga seu irmão, está nos planos?
Temos ainda dois compromissos com o Cruzeiro antes da convocação. Trabalho dia a dia e nos jogos para ajudar o Cruzeiro e também ser chamado, mas prefiro evitar falar sobre isso. Sei que estou sendo avaliado a cada jogo e é fazendo boas partidas que vou me credenciar a uma vaga entre os convocados.