Henrique segurou Fred, que deixou o campo sem marcar

Por muito pouco, o Cruzeiro não encerrou o primeiro turno do Brasileiro fazendo o que sabe de melhor: vencendo. Mas o empate por 3 a 3 com o Fluminense, concorrente direto (porém distante) pelo título, na tarde de ontem, no Maracanã, está longe de ser um mau resultado. Com o ponto conquistado, o time celeste chegou aos 43 – igualando o recorde de pontuação da era dos pontos corridos com 20 clubes que pertencia ao Atlético, em 2012 – e manteve-se na liderança, agora com sete em vez de oito pontos de vantagem sobre o São Paulo, novo segundo colocado, que ontem venceu o Sport por 2 a 0, no Morumbi, e que contou com a derrota do Internacional por 3 a 2, de virada, para o Figueirense, no Beira-Rio.

Também foi um resultado importante pelo fato de o técnico Marcelo Oliveira não ter contado com dois jogadores fundamentais: Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, que estão servindo a Seleção Brasileira nos Estados Unidos. Além disso, o treinador teve de fazer uma substituição antes dos 15min de jogo, já que o lateral-esquerdo Samudio se machucou. O lateral-direito Ceará teve de jogar improvisado. “O gol no fim deixa um gosto amargo, pelo que o time fez. Jogo difícil pela qualidade do Fluminense. Mas, pela tabela, jogando fora, contra concorrente, ficou de bom tamanho”, argumentou Marcelo Oliveira.

Sem Goulart e Ribeiro, a Raposa ficou deficiente na armação, já que Júlio Baptista não apresenta as mesmas características, principalmente velocidade. Tanto que os volantes Henrique e Nilton tentaram muitas bolas longas para Marcelo Moreno e Willian, sem sucesso.

Apesar de não ser efetivo na marcação, Júlio Baptista mostrou ter estrela ao marcar os dois gols do primeiro tempo. O primeiro veio cedo, aos 13min, depois de lance de imprudência de Cícero dentro da área. Ele deu uma voadora que acertou a cabeça de Samúdio, que chegou a ficar desacordado. O armador, com categoria, deslocou o goleiro Kléver.

O empate não demorou. Três minutos depois, Conca cobrou escanteio, Elivelton desviou e o ex-cruzeirense Wagner, livre na segunda trave, fez de cabeça. Em seguida, aos 22min, foi a vez de Cícero se redimir ao marcar o gol da virada, depois de cruzamento de Conca, que ficou livre pela esquerda. O argentino teve liberdade porque Dedé desabou depois de se chocar com Fred, abrindo espaço para o lance. Quando o tricolor parecia se empolgar com o placar, Júlio Baptista voltou a jogar um balde de água fria na torcida, ao dominar bola da marca do pênalti e chutar rasteiro no canto para empatar.

KENEDY ILUMINADO O Cruzeiro voltou melhor para o segundo tempo. Aos 13min, Marcelo Moreno fez um gol de placa. Depois de Mayke perder chance clara, a bola voltou para a área. Elivélton em disputa com Júlio Baptista cortou errado e a bola sobrou para Marcelo Moreno, que acertou um lindo voleio. O Cruzeiro conseguiu segurar o resultado por meia-hora. O time ficou mais defensivo com a entrada de Willian Farias no lugar de Willian e Marlone e Marcelo Moreno perderam chances de ampliar. Aos 43min, Kenedy, que havia entrado aos 31min no lugar de Bruno, bateu cruzado, sem chances para Fábio.