Bolaños brilha com samba no pé durante uma visita em escola de Santos (Foto: Lincoln Chaves)

Antes da Copa começar, Bolaños foi escolhido, pela revista norte-americana "Sports Illustrated" como o jogador mais sexy da seleção costarriquenha. Ao lado do atacante, astros como Neymar, Ezequiel Lavezzi, Olivier Giroud, Yaya Touré e Gerard Piqué – a eleição pegou a própria mãe do "muso" de surpresa. Em Santos, pelo menos até agora, ele não é tão assediado pelo público feminino. Na verdade, o jogador faz mais sucesso entre os jovens e, principalmente, crianças.

Faz sentido. Na visita dos Ticos a uma escola de Santos, Bolaños foi, de longe, o atleta que mais se divertiu. Bastou o batuque do samba começar para o costarriquenho ir para o meio da criançada e cair na dança. O veterano também foi um dos puxadores do animado "trenzinho" feito pelos jogadores. Era o que precisava para ele virar um dos queridinhos da seleção. Nada que surpreenda aos companheiros.
- Ele é um grande amigo. Muito animado, sempre falante, coloca música para todos ouvirmos... É importante dentro e fora de campo. É uma grande felicidade jogar com ele. Tem nos ajudado bastante, já deu dois passes para gol (dos cinco marcados pela Costa Rica na Copa) - descreveu o volante Yeltsin Tejeda, que brincou com posto de "muso" dado ao atacante pela revista. - Bom... É o critério da revista, não é? (risos).

Bolaños nasceu na capital San José e iniciou a carreira no Saprissa. No clube do coração do pai, venceu a Liga dos Campeões da Concacaf em 2005 e ajudou o time a ficar em terceiro lugar no Mundial de Clubes, sendo escolhido como o terceiro melhor jogador do torneio. No mesmo ano, o atacante estreou na seleção e, em 2006, disputou a Copa do Mundo – além dele, no atual elenco, só o zagueiro Michael Umaña esteve lá.

Foram sete temporadas na Europa. Passou por OB, da Dinamarca, Start, da Noruega, e Copenhague, também da Dinamarca, onde foi bicampeão nacional. No início do ano, surpreendeu ao anunciar que não renovaria seu contrato – que acabou na quarta-feira passada. Ou seja: o atacante, um dos titulares e mais velozes jogadores da equipe comandada por Jorge Luis Pinto, chega à reta final da Copa sem clube.

Em entrevista ao jornal "Nacion", da Costa Rica, no final de 2013, Bolaños disse que ainda não se via de volta ao futebol costarriquenho. Confiança excessiva? Nem tanto. O atacante tem sido um dos principais jogadores da seleção, destacando-se não só ofensiva, mas também defensivamente, apoiando o lateral-esquerdo Junior Díaz na marcação. E a campanha dos Ticos o deixou em evidência na grande vitrine da Copa. Tanto que, de acordo com a imprensa costarriquenha, um clube do Oriente Médio já fez uma oferta aos representantes do atleta - que só vai tomar ciência da mesma após o Mundial.