Joseph Blatter esteve na Arena Pantanal para o confronto entre Nigéria e Bósnia neste sábado (Foto: Getty Images)
Seria simplismo dizer que a mera presença do presidente da Fifa na Arena Pantanal, no sábado, fosse motivo para otimizar os serviços prestados aos milhares de torcedores que viram a Nigéria vencer a Bósnia por 1 a 0 em Cuiabá, pelo Grupo F da Copa do Mundo. Mas o fato é que, com Joseph Blatter como convidado de honra, houve sensíveis melhoras em vários aspectos do estádio, desde a higiene nas áreas comuns até a alimentação, que desta vez não faltou nas lanchonetes. Entretanto, a Arena Pantanal ainda não está acima de todas as críticas. Após o terceiro teste no Mundial, algumas falhas ficaram evidentes, como a má condição do gramado apontada pelo treinador bósnio Safet Susic.
No geral, os serviços ao torcedor na Arena Pantanal evoluíram durante a Copa. Quando Chile e Austrália jogaram em 13 de junho, a estreia ficou marcada negativamente por banheiros sujos, falta de lanches, baixo efetivo na segurança e até rojões nas arquibancadas. Depois, para o duelo entre Rússia e Coreia do Sul em 17 de junho, só a falta de comida foi o ponto fraco do estádio. Agora, diante do maior público de sua curta história (40.499 torcedores), a Arena se aproxima do tão anunciado “Padrão Fifa” de qualidade.
ACESSO
O jogo era entre Nigéria e Bósnia, mas os brasileiros foram ampla maioria no estádio. Milhares de torcedores se aglomeravam nas entradas Leste e Oeste, e tiveram que aguardar pelo menos 30 minutos na fila para serem revistados e ganharem as dependências da Arena Pantanal. Em ambos os acessos, todos os detectores de metal estavam ativos, e os seguranças faziam revista minuciosa, impedindo a entrada de materiais proibidos (garrafas, instrumentos musicais, entre outros).
Revista aos torcedores é intensificada no terceiro jogo da Copa do Mundo em Cuiabá (Foto: Hélder Rafael)
ALIMENTOS E BEBIDAS
Quesito bastante criticado nos dois jogos anteriores, o abastecimento de lanches desta vez passou no teste. A ponto de ser comemorado como se fosse um gol pelo gerente de uma cantina e seus atendentes, durante o segundo tempo, quando a maciça demanda do intervalo enfim diminuiu.
-Não tive problema, por enquanto só elogio. O pessoal está sendo bem receptivo, nada a reclamar sobre isso – comentou o cuiabano Jarbas Ferrari.
Lanchonetes conseguem atender à demanda dos torcedores no terceiro teste da Arena Pantanal (Foto: Hélder Rafael)
HIGIENE E LIMPEZA
Os banheiros passaram novamente com sucesso pelo teste do intervalo, momento em que a maioria dos torcedores utiliza os sanitários. Equipes de limpeza sempre a postos mantiveram tudo em ordem, assim como já tinha ocorrido no jogo entre Rússia e Coreia do Sul, há quatro dias.
Voluntária orienta torcedor (Foto: Hélder Rafael)
VOLUNTÁRIOS
Uniformizados para serem mais facilmente encontrados, os voluntários ajudaram os torcedores a chegar aos assentos marcados nos ingressos durante todo o período do jogo. Muitos nigerianos tiveram dificuldade em se localizar, e vários deles tiveram auxílio dos voluntários. Durante a dispersão, após o fim da partida, novamente os voluntários entraram em ação orientando com bastões luminosos o caminho da saída para pontos de ônibus e táxis.
ACESSIBILIDADE
A Arena Pantanal conta com várias adaptações visando o acesso de cadeirantes, como rampas, sanitários especiais e elevador para o transporte às arquibancadas superiores. Só que a simples locomoção para ir ao banheiro pode ser complicada. Tanto que o cadeirante Felipe Duarte, em sua primeira vez no estádio, deu nota cinco para o quesito.
- O acesso ao banheiro, por exemplo, é muito difícil. Fui sentar lá embaixo, tive que subir e descer de escada – diz o campo-grandense, que aproveitou a metade do segundo tempo para deixar o estádio, antes que a circulação ficasse ainda mais difícil para ele.
OUTROS QUESITOS
Não foram registrados problemas com transporte público ou presença de cambistas no entorno do estádio. A conexão à internet sem fio (wi-fi) nas arquibancadas funcionou sem problemas, com sinais das quatro principais operadoras de celular disponíveis aos torcedores.
OPINIÃO DOS TORCEDORES
Em seu primeiro jogo na Arena Pantanal, o cuiabano Jarbas Ferrari saiu satisfeito com o que viu e disse esperar que o estádio continue sendo palco de grandes eventos.
- Apesar de o investimento ser caro, o estádio está muito bom e bonito. Espero que não vire um elefante branco e que tenha outros eventos aqui além do futebol, como shows e esportes como futebol americano - comentou.
Outro que aprovou a infraestrutura foi João Felisbino, mineiro radicado em Cuiabá. Depois de assistir ao segundo de três jogos do Mundial na Arena Pantanal, ele afirma que vai recomendar o local aos amigos.
- Não viemos aqui para ver um grande jogo, mas vimos uma festa muito bonita e um estádio espetacular, é o que importa. O que vi foi suficiente para me fazer voltar outras vezes.