Torcida de Gana invade parte atrás do gol em jogo contra Estados Unidos (Foto: Augusto Gomes)

Os torcedores que foram assistir ao confronto entre Gana e Estados Unidos na Arena das Dunas, nesta segunda-feira, tiveram uma noite de muita festa e emoção. Com um público de 39.760 pagantes, o jogo registrou problemas em alguns serviços oferecidos ao espectador, como falta de comida nos bares, grandes filas nos banheiros, assentos ocupados por torcedores diferentes aos que compraram o local, e, até mesmo, assentos inexistentes.

Sem a chuva que caiu na primeira partida entre México e Camarões, os torcedores puderam se esbaldar na fan zone. Com muita música e bebida, o público se divertiu nos estandes dos patrocinadores e participaram de atividades recreativas, além de registrar a festa com muitas fotografias. Muitos vieram fantasiados de super-heróis, como Capitão América, Homem-Aranha, Batman, The Flash, Homem de Ferro e Mulher Maravilha.

INVASÃO GANESA

Na parte interna da Arena das Dunas, os principais problemas foram registrados no setor Norte do estádio. Alguns torcedores não conseguiram sentar no assento comprado, porque um grupo de torcedores ganeses ocupou a área por trás do gol. Apesar da bonita festa feita pela torcida, com cânticos e coreografias, os stewards (funcionários da segurança) precisaram intervir em alguns momentos e tiveram dificuldade para liberar a passagem das escadas e conter a euforia dos africanos na primeira fileira da arquibancada.


Pernambucanos ficaram sem lugar na Arena das Dunas (Foto: Augusto Gomes)

O gerente de tecnologia de informação Rinaldo Meira Lins saiu do Recife para acompanhar o jogo com mais dois amigos e também teve problema para ocupar os assentos comprados. O problema, porém, foi outro. Os ingressos deles eram localizados para as primeiras filas atrás da trave. O espaço foi completamente tomado pelos torcedores ganeses. Os africanos se concentraram no setor Norte e não arredaram o pé, apesar dos pedidos de vários "donos das cadeiras". Se existe o “jeitinho brasileiro” para tudo, este foi o modo encontrado pela torcida de Gana para ficar próxima ao campo e demonstrar toda a sua alegria.

- Foi uma situação chata, na qual tivemos que deixar nossos assentos. Os ganeses estiveram irredutíveis e ocuparam toda a área atrás da trave. Não tenho nada contra o fator deles quererem ficar juntos, fazendo a festa que fizeram. É cultural. Então, achamos uma pessoa do COL que nos deu ingressos para irmos para outro setor - lembrou Rinaldo.

O administrador de empresas Felipe Monteiro, amigo de Rinaldo, mostrou mais indignação.

- A verdade é que os ganeses não têm respeito. A Fifa poderia evitar este tipo de situação, reservando um espaço para que todos fiquem juntos - declarou.


Stewards (de laranja) tiveram dificuldade para liberar as escadas durante o jogo (Foto: Jocaff Souza)

CADEIRAS SUMIRAM!

A terapeuta ocupacional Cibele Lélis viveu situação constrangedora na partida desta segunda-feira. Ao chegar ao estádio, acompanhadA do marido Sanderson e dos filhos Guilherme e Júlio, de 1 e 4 anos, elA não encontrou os assentos que foram adquiridos. Na verdade, as cadeiras comercializadas não existem mais. Esse caso não foi o único.


Cibele Lélis foi acomodada em outra cadeira no jogo entre Gana e EUA (Foto: Augusto Gomes)

- Falamos com o pessoal do COL e, pelo que entendi, os assentos foram retirados para um melhor fluxo dos torcedores. É constrangedor chegar ao estádio, em uma Copa do Mundo, e não ter os seus assentos. Depois, nos deram quatro ingressos para nos acomodarmos em outra área do estádio. Encontramos apenas três assentos juntos, e tive que ficar com nosso filho, para o qual pagamos ingresso, no colo - disse Cibele.

CADÊ A COMIDA?

Ainda no primeiro tempo do jogo, faltou comida em alguns bares na área que compreende o bloco 128 ao 134, no setor Norte do estádio. Os atendentes tentavam contornar a situação, explicando que havia somente a venda de bebidas e que o restante da comida, como cachorro quente, pipoca e hambúrgueres estavam sendo providenciados. Longas filas se formaram e os torcedores reclamaram da demora no atendimento. Com o grande consumo de bebida, as filas nos banheiros se tornavam cada vez maiores.


Bares ficaram sem comida e torcedores enfrentaram longas filas (Foto: Jocaff Souza)