Coletivos são alvos constantes de retaliações de bandidos
Record Minas

Os constantes ataques à ônibus em Belo Horizonte é motivo de preocupação para as empresas de transporte coletivo da capital mineira durante a Copa do Mundo. Atos de vandalismo decorrentes de crimes ou manifestações podem prejudicar o transporte de passageiros na cidade durante o Mundial. Segundo levantamento do Setra-BH (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros), entre janeiro de 2013 e abril deste ano, 453 veículos foram danificados pelos ataques. Somente em 2014, cinco deles foram incendiados.

O assessor da presidência do Setra-BH, José Guilherme do Couto, explica que cada coletivo custa quase R$ 370 mil. Ou seja, em 2014, as empresas já gastaram mais de R$ 1,8 milhão para repor os ônibus destruídos. Ele alega ainda que o conserto de um ônibus custa, em média, R$ 1.000. Ainda conforme Couto, as companhias não possuem uma reserva para colocar novos veículos em circulação e não há como fazer seguro para este tipo de ocorrência.

—A frota reserva é para substituir em casos de ônibus com defeito e para fazer a manutenção preventiva, não temos frota reserva para crime e nem podemos ter. O que temos que fazer é cobrar o Estado para tomar providências.

Couto ressalta ainda que cada coletivo que sai de circulação é “um prejuízo grande para a comunidade”. Ele lembra que, em média, os ônibus carregam 50 pessoas e fazem cerca de 12 viagens diariamente. Ou seja, 600 moradores são afetados a cada veículo que deixa as ruas por ser alvo de ataque de criminosos. As consequências não param por aí: a ação dos vândalos representa riscos para a sociedade e para os trabalhadores do setor.

— As pessoas que estão operando, motorista, cobradores e mesmo os passageiros são afetados. Nós temos casos de trabalhadores com queimaduras graves, fora o trauma que provoca. Fora que cria uma intranquilidade pública violenta.

Estratégia da PM

Preocupados, os representantes das empresas se reuniram com a Polícia Militar para discutir ações de segurança para os ônibus da capital mineira durante o Mundial. O Batalhão Copa terá uma companhia especial de segurança e mobilidade urbana, que atuará na prevenção e combate de ações de vandalismo e outros crimes ligados ao transporte coletivo.

Segundo o comandante do batalhão, tenente-coronel Hércules de Paula Freitas, há uma “estratégia específica e dispositivos exlusivos” da corporação para atender a esta demanda. Segundo ele, o destacamento especializado conta com 564 militares ordinariamente, mas deverá trabalhar de forma integrada com os demais setores do policiamento, podendo ser reforçado.

—Temos um plano de contingência para ser desencadeado, já que é um ponto de atenção muito grande. Vamos ficar atentos, alertas, com a articulação pronta para ocupar o que for necessário.

O comandante explica ainda que o trabalho será feito em conjunto com a BHTrans e o Batalhão de Trânsito, de maneira que a informação chegue rapidamente aos responsáveis pela segurança.

—É um grande esforço e uma grande estrutura que formam uma malha protetora. As unidades compõem os fios desta malha e o somatório é a malha fechada, montada.