acing e Cruzeiro entram em campo neste sábado na busca pelo inédito título da Conmebol Sul-Americana. Em campo, os jogadores tentam marcar o nome na história de cada um dos clubes, como Alexander Viveros conseguiu fazer por ambos, ainda que muitos não saibam ou se lembrem. Mais notícias do Cruzeiro "O jogador acredita que é muito fácil ganhar títulos, mas quando começa a caminhar a vida no futebol, você vai vendo que é muito difícil. Por isso eu dou muito valor. - Consegui jogar no Cruzeiro e no Racing. E ganhei títulos grandes. Nossa senhora, muito orgulho. Não fui a máxima figura, mas fui parte dessa história. Quem jogou bola sabe que os dois são muito grandes - disse Alexander Viveros, em entrevista exclusiva ao ge. O colombiano foi um dos poucos jogadores profissionais que atuaram pelos dois clubes ao longo da carreira. Revelado pelo Deportivo Cali, no fim dos anos 1990, o lateral-esquerdo/meio-campista viu as portas do futebol internacional se abrirem justamente na Toca da Raposa. Presente em seleções de base e olímpicas da Colômbia, Viveros começou a chamar cedo a atenção de potências sul-americanas. Chegou ao Cruzeiro em 2000, atuando nos títulos da Copa do Brasil daquele ano e na Sul-Minas de 2001. O destino, no entanto, quase foi a Argentina, no San Lorenzo ou no River Plate. - Eu tinha jogado a Copa América de 1999 e estava quase certo para jogar na Argentina. Mas eu fui jogar Pré-Olímpico, em Londrina, e o Cruzeiro ficou interessado. Eu sempre gostei muito do futebol brasileiro. A gente mirava muito o futebol brasileiro, e o jogador colombiano se assemelhava muito brasileiro. Fiquei muito contente. Ainda que não tenha sido titular absoluto na passagem pelo Cruzeiro , disputou quase 50 jogos em 2000, inclusive entrando nas duas finais contra o São Paulo. O título marcou a carreira dele - O título com o Cruzeiro foi muito legal. Eu sei o quanto é difícil ganhar no Brasil. Conseguimos, e ainda sobre o São Paulo, com jogadores de muito status, como Rai, Beletti, Marcelinho Paraíba. Tínhamos também um time muito bom, com jogadores que fizeram carreira espetacular depois, como Luisão, Geovanni. O Muller é um dos caras melhores que já joguei na minha vida, o Sorín, Fábio Júnior. Jogadores de muita qualidade. "Uma experiência muito legal, porque o futebol brasileiro é o mais difícil do mundo." Depois de conquistar a Copa do Brasil , Viveros venceu também a Sul-Minas de 2001, mas perdeu espaço e acabou emprestado ao Racing. Depois de conquistar taças na Colômbia e no Brasil, ajudou o clube de Avellaneda a encerrar um jejum de 36 anos sem conquistar um troféu nacional. Mas, antes daquilo, acabou tendo pressão ainda maior pela entrevista de apresentação, como lembra com bom-humor. "Eu era jovem, e eu cheguei falando que cheguei para ser campeão. Mas eu não sabia que estava há 36 anos sem ser campeão (risos). Eu tinha sido campeão nos dois países, achava que era fácil, mas não sabia que tinham 36 anos." - Um companheiro da Argentina que assinou contrato junto comigo falou: "Não fala isso, aqui é difícil demais de ganhar, tem River, tem Boca". Eram dois tinham timaços, com Riquelme, Aimar, Ortega. Quando fomos na 12ª rodada, acreditamos mais ainda. Começamos com vontade de ganhar, mas na medida em que vão passando os jogos, você começa a acreditar que ia brigar com River, Boca. Ganhamos depois d e35 anos, o que foi muito feliz. Atual Carreira Aposentado dos gramados desde 2012, Alexander Viveros já tinha em mente que seguiria no futebol. Concluiu licença para ser treinador, mas acabou seguindo rumos que o procuraram ao longo dos últimos anos. O ex-jogador é um dos agentes influentes no futebol colombiano, atualmente. - Não dá para ficar longe, mas agente não programa muito. O jogador gosta muito da bola, acha que nunca vai acabar, mas o tempo vai passando. Estudei para treinador, mas fiz muitas amizades, e o futebol colombiano é valorizado no exterior. Os clubes gostam de jogadores colombianos e começaram a me ligar para pedir informações sobre jogadores. "Tinha acabado de estudar para treinador, mas comecei a gostar mais dessa questão do mercado, de acompanhar os clubes do exterior com jogadores colombianos, acompanhando eles nas observações na Colômbia. Fui me envolvendo e assumi como agente de jogadores" Alex Viveros trabalha, principalmente, com jogadores jovens do futebol no país natal dele. Ajudou na chegada de Cuellar ao Flamengo (após quase ir para o Cruzeiro , em 2015) e também trabalhou com Jhon Arias, destaque absoluto do Fluminense e que é agenciado por Gianfranco Patruzziello e Arturo Domenech, empresários do meia colombiano. Lucumí, também do tricolor carioca, trabalhou com Viveros na colômbia. - A gente está fazendo trabalho encaminhando para tentar levar um pouco mais do futebol colombiano. Seria fascinante para mim se puder colocar um bom jogador colombiano no Cruzeiro , para continuar o legado. Eu joguei bem no Cruzeiro , mas o maior de todos foi o Aristizábal, também teve o Rincón entre os colombianos. Outras respostas de Viveros Quase ficou no Cruzeiro em 2003, ano da Tríplice Coroa? - Eu saí do Cruzeiro por conta do número de estrangeiros, porque estavam chegando Maldonado e o Aristizábal. Eu estava emprestado e voltaria. O Luxemburgo, espetacular que é, conversou comigo e disse que a prioridade era atacante e um volante. Poderia ficar para brigar, mas os dois eram prioridade entre os estrangeiros. Chegou a oportunidade de ir para a Europa, no Boavista, e eu não pensei duas vezes. Acabou dando certo, joguei em outros países. Se fosse como hoje, eu teria ficado no Crzueiro. Eu adorava. Jogar ao lado do Alex... tinha Deivid, Aristizábal, que é referência aqui na Colômbia, um dos nossos maiores. Um orgulho jogar com eles. Carinho da torcida e gol no clássico - Ainda recebo. A internet ajuda muito, porque há as páginas de futebol, com torcidas cruzeirenses, e eu acompanho tudo. Cerca de dois meses, passaram matéria com gols nossos. Fazer gol contra Corinthians, Independiente... mas o gol que eu mais me lembro é contra o Atlético. Fazer gol no clássico é muito importante. A gente gostava de jogos difíceis. Cruzeiro como exemplo de gestão - Era muito bom. Não tinha crise. Quando eu joguei no Cruzeiro , nunca tive uma crise de pagamento salarial. Foi espetacular naquela época, com uma direção muito atenta com os jogadores. Eu fui jovem, sempre fui atendido por todos. A gente chega sem falar, sem conhecer o país, mas todos estiveram muito perto de mim. Fico muito agradecido, porque o Cruzeiro encaminhou minha carreira para chegar na Europa, na Argentina, por clubes grandes. Devo muito ao Autuori, ao Felipão, ao Vanderlei, ao Marco Aurélio... todos que trabalhei sempre me ajudaram muito. Não era fácil chegar no Brasil. Senti muito orgulho de ser escolhido para jogar em um time grande do Brasil. Lembrado na história do Racing - Sempre sou muito bem tratado na Argentina. A torcida do Racing é muito espetacular, com um clube de muita paixão. Tive companheiros como o Milito... jogadores de muita qualidade. Eles convidam para todas as festas. Na Argentina são valorizados os jogadores que ficam marcados por títulos, e cada comemoração de aniversário das conquistas eles nos procuram para viajar. "Hoje, já que minha carreira acabou, eu sinto muito valorizado no Brasil e na Argentina. Muitos torcedores me seguem nas redes, do Cruzeiro e do Racing. É um orgulho." Assista: tudo sobre o Cruzeiro no ge, na Globo e no Sportv