Enviado especial a Assunção | A menos de dois dias da grande final da Copa Sul-Americana, torcedores do Cruzeiro já mostram ansiedade e otimismo antes da partida contra o Racing-ARG, neste sábado (23), às 17h (de Brasília), no estádio La Nueva Olla, em Assunção, no Paraguai. Pelas ruas da capital paraguaia, uniformizados e animados, os cruzeirenses comentam sobre à final dos sonhos. “Coração está a mil. Me lembro de 30 anos, quando nós ganhamos do Racing por 4 a 0 (na final da Supercopa, em 1992). Espero isso de novo, mas 1 a 0 está bom”, disse César Frade, torcedor de Brasília.
No dia 18 de novembro de 1992, Roberto Gaúcho, duas vezes, Luiz Fernando Flores e Boiadeiro fizeram os gols da vitória do Cruzeiro sobre o Racing-ARG, por 4 a 0, no jogo de ida da final da Supercopa dos Campeões da Copa Libertadores. Naquele jogo, mais de 78 mil pessoas comemoraram a goleada nas arquibancadas no Mineirão. “O Coração está batendo muito forte antes do jogo contra o Racing. Estou feliz, o Cruzeiro volta a disputar uma final sul-americana, volta a disputar títulos de grande relevância. Depois de todo o tempo que a gente sofreu bastante, é muito bom viver esse momento”, afirma Marcelo Frade, de Belo Horizonte.
Cidade lotada O governo paraguaio estima que mais de 25 mil turistas marcarão presença em Assunção para a final da Copa Sul-Americana. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) destinou 12 mil ingressos para os torcedores do Cruzeiro, a mesma quantidade para o Racing-ARG. A capacidade do La Nueva Olla é de 45 mil pessoas. As demais entradas ficaram sob responsabilidade da própria entidade, que convidou personalidades e comercializou outra parte dos bilhetes.
“Eu estou meio ansioso para o jogo. É a primeira vez que eu venho para uma decisão importante assim no estádio. Eu estou bastante confiante que o Cruzeiro tem nível para ganhar do Racing. Porém, tem que ir com calma, tem que jogar bem o jogo. No futebol não dá para ganhar antes de entrar em campo”, explanou, opinando sobre quem pode decidir a favor do time estrelado. “Eu acho que o Matheus Pereira e o Matheus Henrique são os dois caras da criação, né? São os que podem fazer mais a diferença na hora do jogo. Assim, quando a bola tá no meio de campo, o jogo do Fernando Diniz e tal. Eu acho que os dois são os mais importantes pra construção das jogadas. E o Kaio Jorge ali no ataque para matar a partida”, opinou.
Corneta O otimismo do torcedor do Cruzeiro não deixa o torcedor sem opinar pelo lado crítico. “Acho que o time do Diniz tem um defeito. Prefiro o Lautaro Díaz ao Gabriel Veron. Para mim, quem sabe, tinha que ir de Lautaro no ataque e o Lucas Silva no meio no lugar do Walace. O resto do time está encaixado, acho que é isso”, disse César Frade.
O irmão Marcelo contesta a opinião do “mais velho”. “Bem ruim a opinião do César. O Veron, quando sobre a bola para ele, ele faz o gol. Ele tem sido decisivo ao lado do Kaio Jorge. Acho também que o Cruzeiro precisa de força no meio-campo para parar o Racing-ARG. Walace e Romero trazem essa força”, comentou Marcelo Frade, que disse mais. “Lucas Silva me lembra o Gerson, da Copa de 1970. Quando precisava e tinha dez metros de distância para o marcador, ele metia umas bolas. Porém, se alguém ‘espetar ali’, ele não dá conta. Então, sou mais o Walace e o Romero no meio, para um setor mais forte”, completou.