Pedro Martins, novo diretor de futebol do Cruzeiro
Imagem: Rodrigo Sanches/Cruzeiro

A saída conturbada do atacante Vitor Roque, do Cruzeiro, para o Athletico-PR não caiu nada bem na cúpula celeste. Com direito a nota de repúdio e palavras fortes dirigidas a Alexandre Mattos, CEO do Furacão, e a André Cury, empresário do atleta, o Cruzeiro promete medidas legais para resguardar os direitos que acredita ter em relação ao caso. Em paralelo, o clube se prepara para realizar ações que evitem novas surpresas e perdas de jogadores assim como ocorreu com a jovem promessa de 17 anos.

De acordo com diretor de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins, o clube possui uma equipe empenhada em realizar um melhor controle das situações contratuais dos jogadores. O objetivo é se antecipar a possíveis saídas como a do jovem jogador.

"O clube vem tentando se reorganizar e se estabelecer como uma gestão profissional. Temos uma equipe competente, fazendo o controle dos prazos, das multas para que o clube nunca mais seja pego de surpresa. O mais importante é a gente manter o profissionalismo e a ética, que pautaram todas as 139 negociações que fizemos nos últimos 100 dias. Nós falamos com mais de 60 agentes e nesse momento a gente procurou recuperar não só a credibilidade do Cruzeiro, mas também adotar uma postura profissional, mesmo para dar notícia ruim falar de rescisão e de saídas", explicou.

Perdas abaixo do valor de mercado
A principal questão envolvendo a saída de Vitor Roque foi o valor pago pelo Athletico-PR. Com base na Lei Pelé, um cálculo foi feito em cima do salário do atleta no Cruzeiro para se chegar ao valor da multa, que foi de R$ 24 milhões. O Cruzeiro entende que esta soma não foi correta e promete buscar seus direitos. Independentemente disso, o garoto tinha potencial, segundo o próprio staff de Ronaldo, para ser vendido por muito mais.

Esta questão, no entanto, não é exclusividade da gestão de Ronaldo. Anteriormente, o clube perdeu jovens atletas por valores mais baixos que o mercado ou até mesmo por ameaça de rescisão contratual por falta de pagamento de salários. De acordo com Pedro Martins, o Cruzeiro está atento para tentar eliminar esse tipo de revés.

"Existem dois processos acontecendo. O primeiro é o equilíbrio e a reorganização financeira do clube. Um clube que é saudável no âmbito financeiro, não é vulnerável. A gente sabe que leva um tempo, mas o clube está trabalhando para acelerar esse processo com uma equipe muito competente para organizar não só as dívidas, mas também o seu fluxo de caixa. Além disso, a gente vem se resguardando em todos os contratos novos que vêm sendo feitos nos antigos. Os antigos também exigem uma negociação, análise detalhada. A medida em que os atletas mais jovens vão aparecendo na equipe principal, a gente faz os controles para não só valorizar e remunerar, mas fazer com que eles queiram ficar no clube", completou Pedro.