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1/4/2022 13:50

XP afirma que proposta da 777 para comprar o Cruzeiro era "inviável" e alega condição inexistente; veja o documento

XP afirma que proposta da 777 para comprar o Cruzeiro era inviável e alega condição inexistente; veja o documento
Em reunião com conselheiros do Cruzeiro, na noite desta quinta-feira, a XP Investimentos comentou a proposta feita pela 777 Partners para comprar a SAF celeste. Pedro Mesquita, diretor da corretora, afirmou que a oferta foi recusada por ser "tecnicamente inviável".



O executivo disse que havia uma condição, inserida na proposta pelos americanos, para que o negócio fosse adiante: o Cruzeiro precisaria "recomprar" todas as suas dívidas com um desconto mínimo de 80%.

– Essa outra proposta não era vinculante. Para traduzir para vocês: não era firme. Era como se fosse, traduzindo aqui, uma carta de intenções. Só que essa proposta era tecnicamente inviável. Por quê? Ela pressupunha que, para ela valer, o Cruzeiro teria que recomprar todas, eu repito, todas as dívidas com desconto mínimo de 80% – afirmou Mesquita.


Sem citar o ge, que publicou com exclusividade detalhes sobre a proposta apresentada pela 777 Partners, o executivo também reclamou da ausência desta condição na reportagem.

– E aí saiu a notícia sobre essa proposta na imprensa, e eu fico realmente triste, porque quem supostamente teve acesso a essa proposta ou agiu de má fé, porque não citou essa condição, ou não teve acesso à proposta, não viu a condição e supôs algo que ele não sabia. Ou seja, só para tumultuar. Porque isso é um fato. A proposta era inviável tecnicamente.

O que a proposta realmente dizia
A condição "não vinculante" (que não gera obrigações) citada por Pedro Mesquita é comum em negociações do tipo. A 777 Partners apresentou a oferta. Caso tivesse havido uma contraproposta e a aceitação dos termos, o negócio teria chegado a um acordo vinculante (que gera obrigações entre as partes), com prazo para que o contrato definitivo fosse assinado.

Quanto à condição citada pelo executivo da XP – obrigação de recompra de toda a dívida com desconto mínimo de 80% –, ela não consta no documento que foi enviado à corretora (veja abaixo na íntegra).

Nos termos do acordo, a 777 propunha:

R$ 250 milhões em aporte de capital – sendo R$ 150 milhões na data de assinatura do contrato definitivo, R$ 50 milhões ao completar um ano e R$ 50 milhões restantes ao chegar a dois anos;
Até R$ 200 milhões para recomprar dívidas do Cruzeiro com um desconto mínimo de 80% por parte dos credores, além de direcionar 20% das receitas da SAF para pagamento de dívidas.

As condições eram as seguintes:

Validação de informações operacionais e financeiras, imóveis e ativos;
Diligência em relação a contabilidade, documentações e imóveis;
Aporte de capital mediante à renegociação de todas as dívidas.



A renegociação das dívidas seria feita por meio de oferta aos credores. A 777 Partners acenaria com o dinheiro para o pagamento antecipado, desde que essa pessoa ou empresa aceitasse um desconto de 80%. As dívidas seriam pagas nessa mecânica até o limite de R$ 200 milhões.

Tanto na proposta apresentada à XP, quanto no projeto do grupo americano para o Cruzeiro, não havia a exigência de que todos os credores aceitassem o desconto (em inglês: haircut) para que o negócio prosseguisse. A condição descrita na proposta era fazer a renegociação.

Em renegociações dessa natureza (que o mercado chama de "debt tender offer", em inglês), a empresa reestrutura a dívida, total ou parcialmente, por meio de desconto e novo prazo para pagamento do compromisso.

Mesmo que o Cruzeiro tentasse incluir "todas as dívidas" da associação nesse processo, seria impossível. Dívidas tributárias (com governo) e com clubes estrangeiros (nas quais a Fifa obriga pagamento integral) não fariam parte de renegociação desse tipo. Somente as demais obrigações, trabalhistas e cíveis, seriam incluídas nesse processo.



É por isso que existiam, na oferta, os dois valores. O aporte de R$ 250 milhões resolveria dívidas inevitáveis, como as cobradas na Fifa, e permitiriam investimentos para qualificar o futebol. O restante, até o limite de R$ 200 milhões, seria aportado exclusivamente para dívidas, direcionado aos credores que quisessem participar da renegociação.

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699 visitas - Fonte: globoesporte




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