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25/3/2022 14:05

Otimista em renovar com Cruzeiro, Eduardo Brock relembra origem de força em cobranças de falta

Otimista em renovar com Cruzeiro, Eduardo Brock relembra origem de força em cobranças de falta
A pancada que soltou no primeiro tempo de Cruzeiro x Athletic, pelo Campeonato Mineiro, fez Eduardo Brock relembrar os tempos de infância. Desde pequeno, já era conhecido pela força no chute. Mostrou mais uma vez no Mineirão ao abrir o placar, terminado por 2 a 0. Ao ge, ele contou que a eficiência é desde os inícios de base em Porto Alegre.

"Quando eu comecei na base do Grêmio, de nove para 10 anos, eu batia todas as faltas naquele período até 12 anos, porque tinha uma força desproporcional nos chutes. Como os goleiros eram baixinhos, eu batia do meio de campo, ata alta e fazia muitos gols de falta."

Foi o primeiro gol de falta de Brock pelo Cruzeiro, o terceiro ao todo pela Raposa. Uma jogada buscada e treinada pelo jogador, que ainda tinha trazido resultados efetivos.

- É um chute forte, se não for preciso, vai para o outro lado do estádio. É bom por conseguir ajudar, fico feliz quando acerto e atinjo meu objetivo. Espero que venham outros gols pela frente, mas hoje estou muito feliz por ter podido fazer o primeiro gol de falta pelo Cruzeiro

.- Fiquei muito feliz em ter feito o gol que eu vinha buscando desde o ano passado. Em vários momentos, tive oportunidade em falta, não aconteceu gol na falta direta, mas no rebote. Pude ajudar no ano passado também, mas fico muito feliz de poder fazer o gol, que é algo que treino bastante e que procuro aperfeiçoar - complementa o zagueiro.

O ponto forte de Eduardo Brock ficou comprometido durante a reta final da Série B do ano passado. O incômodo no púbis limitou movimentos e jogadas ao zagueiro. Brock começou o ano fortalecendo a parte física, justamente para evitar voltar a sentir o local.


- Isso me ajudou e está me ajudando, porque consigo me recuperar melhor, você vê que o nível de futebol também melhora. Você vê um Brock mais solto, mais rápido, tudo por uma série de fatores, um trabalho feito por muitas pessoas por trás.

"Um exemplo é a falta do gol: se fosse no ano passado, seria uma falta que eu ia chutar e ver estrelinhas, de tanta dor que eu sentia. Contra o Athletic, não. Descarreguei toda minha força e não tive nada."

Titular com Paulo Pezzolano, Eduardo Brock vive a reta final do contrato com o Cruzeiro. As negociações já foram abertas, e o zagueiro acredita que haverá um desfecho feliz com o clube mineiro

- A gente vai chegar a um acordo. Assim como eu sou compreensivo com a situação (financeira) do Cruzeiro, eles também entendem a minha parte. O principal é que ambas as partes querem a permanência. Então, acho que a gente vai chegar a um denominador comum, em uma situação que vamos no acertar. Estamos com tudo direcionado para dar certo e vamos poder fazer um grande ano, porque eu tenho certeza que esse ano promete ser um grande ano para o Cruzeiro - acredita Brock, que afirmou que as negociações estão próximas de um acerto.

"Sim, estão (próximas). Nunca estiveram longe. Apenas estamos discutindo e conversando alguns pontos e acertos. Como eu disse, ambas as partes querem um acordo, então distante não estamos. Podemos conversar e resolver com tranquilidade"
Veja outros trechos da entrevista com Eduardo Brock:
Futebol intenso e ofensivo do Cruzeiro

- Acho que, literalmente, é o Paulo que nos pede isso desde o primeiro dia, na primeira reunião chegando no clube. Ele disse, mostrou qual o estilo da equipe dele, mostrou o que gostaria que a equipe fizesse. Deixou claro que buscaria sempre jogar para frente, buscando o gol. Independentemente de levar gol, a gente procura sempre correr para frente, pressionar o adversário, isso é uma característica dele. Méritos dele, estar nos convencendo a fazer isso, a fazer o jogo que ele quer.


Sem jogar com regulamento no segundo jogo

- Não é uma surpresa ele falar que não vamos jogar com o regulamento. É uma verdade, porque é a característica da nossa equipe, que é jogar para frente, ter a bola, procurar o ataque, o gol, independentemente do resultado. Em alguns momentos do jogo, a gente não consegue ter esse controle, é algo que a gente procurar aperfeiçoar para ficar mais com a bola. É algo que ele cobra muito. É mais um jogo que a equipe vai jogar para frente, vai buscar o gol a todo instante, sem se desguarnecer atrás, mas procurando ter a posse da bola.

Pezzolano e a intensidade

- Ele cobra muito a intensidade de todos. Todos tiveram que evoluir. A gente trabalha muito, cada dia é muito intenso. É uma comissão que trabalha muito em cima disso, tudo que a gente trabalha é em busca dessa intensidade, de poder fazer que o jogador cresça. É uma forma diferente daquela que a gente é acostumado no Brasil, que muitas vezes tem um jogo mais lento, mais estudado, mas o jogo dele é totalmente intenso. Existe um fator de que você fizer bem feito isso, a zaga não fica exposta, porque você já marca o adversário lá em cima, não deixa ele criar contra-ataque. Mas essa evolução física, mental e de entendimento de jogo facilita. Nós, zagueiros, temos que ter muito isso, principalmente essa evolução do entendimento que ele quer, do posicionamento, de quando temos que pressionar o adversário alto, quando temos que baixar as linhas. Claro que isso é uma constante evolução, não estamos perfeitos, mas vamos evoluir a cada jogo e dá para se ver que a cada jogo melhoramos. A cada jogo sofremos menos, temos mais posse, conseguimos manter o time bem postado. É um conjunto de fatores individuais e coletivos.


Cruzeiro está pronto para Série B?

- Acho que o Cruzeiro está em uma evolução muito boa, jogo após jogos, semana após semana de trabalho. Se pegar nossa equipe no primeiro jogo, muda completamente a nível de intensidade e de posse de bola. A gente está procurando evoluir em todos os aspectos, e é mérito do grupo, que está de cabeça aberta para aceitar o que o Paulo está passando. A gente entendeu que o Cruzeiro, hoje, tem essa filosofia. O Ronaldo quer que o time jogue dessa forma, então todo mundo parou, abriu a mente e entendeu que era isso que tinha que fazer. Estamos conseguindo mostrar bem, dar resultados, que é importante, porque você conquista a parte externa também. A torcida está nos apoiando porque está vendo o quanto estamos correndo e se dedicando. Vejo uma equipe muito forte, preparada para jogar uma Série B. Precisamos e vamos melhorar muitas coisas ainda. Só vamos poder avaliar quando tiver jogando a Série B, mas os confrontos com boas equipes, como o jogo contra o Atlético e o Athletic, já mostram que temos um bom nível de atuação. Fora isso, acho que a equipe conseguiu colocar sua forma jogar de diversas maneiras, com diversos obstáculos, como em Tuntum, com um campo impossível de praticar bom futebol, mas a gente tentou a todo instante. É um mérito do grupo compreender o que o Paulo quer, com a mente aberta, e estamos colhendo os frutos disso.


Momento como titular

- Eu nunca acho que sou absoluto. Acho que quando eu achar isso, vou acabar indo mal, deixando de evoluir. É algo que tenho eu saber que os companheiros estão para me ajudar, mas também para batalhar pelo espaço deles. Ninguém chega aqui à toa, ninguém chega aqui sem qualidade. Isso parte do princípio de que quero sempre evoluir e melhorar. Houve um tempo de pré-temporada que eu, entre as aspas, perdi, mas eu também ganhei muito, porque pude trabalhar outras valências do meu corpo. Ano passado não tivemos esse tempo. Isso me ajudou e está me ajudando, porque consigo me recuperar melhor, você vê que o nível de futebol também melhora. Você vê um Brock mais solto, mais rápido, tudo por uma série de fatores, um trabalho feito por muitas pessoas por trás. Um exemplo é a falta de ontem: se fosse no ano passado, seria uma falta que eu ia chutar e ver estrelinhas, de tanta dor que eu sentia. Ontem, não. Descarreguei toda minha força e não tive nada. Isso me ajuda, mas também vem uma parte de evolução física que a comissão trouxe. O Gonzalo é um excelente preparador, e ele nos cobra muito. Trabalhamos em um nível alto, tanto físico quanto mental. Isso faz com que eu evolua, que os outros evoluam. O Oliveira tem muita qualidade, se nota pela saída. É um zagueiro muito rápido. Sempre o tempo, as partidas e a sequência vamos nos entrosando, só de olhar já sabe o que o outro vai fazer. Isso ajuda na evolução, mas estamos sempre respeitando os companheiros, sabendo que a pessoa que estiver ali vai ter nosso apoio, assim como nos apoiam. Vão ter qualidade para jogar, para suprir, até porque se não tivessem, não estariam aqui.


Decisão do Mineiro em jogo único

- Em um jogo se acontece muita coisa, mas se entrar mal nesse jogo, não existe mais recuperação. Nesse jogo você joga tudo que pode, tem que estar no seu melhor dia. Por um lado eu digo que acho legal, porque torna o jogo especial, com tensão enorme, e esses jogos são bons de jogar. Quando são dois jogos, você tem margem de errar, pode recuperar no próximo jogo. Ali que é decidido o melhor, naquela partida. Então, tomara que o Cruzeiro vá para a final, vamos fazer tudo para isso até para coroar nosso belo campeonato. Chegar em uma final forte, concentrado, com a consciência de que aquele tem que ser o melhor jogo da vida. Mas acho legal ser um jogo.

Vai seguir no futebol quando aposentar?

- Estava conversando com o Paulo e com a comissão na semana passada... treinador, não. Até o momento, não tenho vontade alguma, porque é uma loucura. Tem que viver 100% intenso. Se não está em campo, tem que estudar, pensar em como gerir o grupo, pensar nos atletas, na parte física, e querendo ou não o cargo de treinador no Brasil, tem pouca segurança. Penso que não seria legal pedir para minha família continuar nessa vida louca que é o futebol, de correria, viagens e estar fora dos filhos e da esposa. Hoje, não pediria isso para eles, de continuar no futebol e permanecer longe deles. Não faria. Antes, eu não cogitava de maneira nenhuma trabalhar no futebol. Hoje, estou mudando o pensamento. Está me cativando a forma de ver uma SAF por dentro, uma empresa trabalhando com futebol. É legal ver uma outra forma de trabalho, principalmente sem política. A gente vê um trabalho correndo com grandes profissionais, e isso motiva. Ver o futebol no Brasil evoluindo, os clubes sendo 100% corretos em busca de pagar salários, de fazerem as coisas funcionarem, e isso faz minha opinião mudar. Quem sabe eu possa continuar trabalhando no futebol? Mas, para ser treinador, não. Vai ser algo menos estressante, acredito eu.


Diferenças entre SAF e associação

- A gente vive opostos. Hoje é totalmente oposto ao que se tinha no ano passado. Por mais que a gente quisesse que as coisas dessem certo, as coisas eram muito difíceis, porque principalmente a parte ext7erna estava muito mal. Os compromissos firmados não eram praticamente nunca cumpridos. Isso, querendo ou não, começa a gerar atritos, não só no futebol, mas no geral. O clube precisa de funcionários, precisa de quem corta a grama, de pessoas que fazem comida... isso é uma máquina, e se as engrenagens não rodarem da maneira correta, fica difícil fazer acontecer com resultados positivos. Hoje tem dificuldade financeira? Tem. Mas quando parou, sentou e falou para organizar aqui e ali, fazer uma coisa das mais impressionante que eu vi: a inclusão de todos, do rapaz que abre o portão até a tia que varre o chão. Hoje é um trabalho de inclusão, onde eu posso sentar e almoçar com eles. Antes não tinha. Geral é assim, não é só no Cruzeiro. Isola muito os jogadores, não se mexe com jogador, com comissão técnica, mas hoje é uma inclusão, todos se sentem importantes no clube, mas com o clube cumprindo com seus compromissos. Está tudo muito correto. Todo mundo entende o momento do Cruzeiro, mas vê que as coisas estão sendo feitas da maneira correta, o que ajuda muito nos resultados positivos.

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